Retrospectiva 2015

Papetes no céu - ou na beira da piscina do Parque Lage, no Rio, meu lugar predileto na cidade <3. Fotos: Débora Costa e Silva

Papetes no céu – ou na beira da piscina do Parque Lage, no Rio, meu lugar predileto na cidade

Fim de ano é a hora que fazemos um balanço geral das conquistas, decepções e realizações dos últimos 12 meses. Sei que 2015 não foi fácil por N motivos para muita gente e para mim não foi diferente. Mas uma coisa eu tenho muito a agradecer: as oportunidades de viagens que tive e que salvaram alguns momentos difíceis.

E, claro, deixando o drama de lado, também tiveram aquelas que apareceram em momentos bons e que serviram para celebrar a vida! Enfim, como diria o Rei, “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!”.

Mas de todos os acontecimentos de 2015, um deles é especial: ter dado vida a este blog, que ficou anos no armário esperando eu deixar de ter vergonha e começar a escrevê-lo. Parece bobagem, mas era tão importante pra mim que virou um bicho de sete cabeças e eu comecei a colocar obstáculos que foram afastando a ideia. Afinal, tem tanta coisa incrível por aí na internet que quando eu pensava em fazer algo meu, achava que tinha que ser no mínimo foda.

Aos poucos fui me libertando dessa piração e resolvi apenas fazer, com a única pretensão de me divertir e registrar histórias dos bons momentos das viagens. E bom, rolou e estamos aí, devagar e sempre alimentando esse espaço com relatos, lembranças, inspiração e curiosidades! Que venham muitos posts pela frente! ❤

Pra celebrar, separei fotos dos lugares bacanas que visitei este ano! Em alguns tem posts relacionados, é só clicar nas palavras que estão em verde. Espero que gostem e aproveitem para relembrar das suas próprias viagens – ou quem sabe ter ideias para as próximas, já que 2016 taí 😉

Arraial do Cabo – RJ

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Que lugar mais lindo! Já tinha visto em fotos o mar de cor azul-Caribe, mas não imaginava que pudesse ser assim tão impressionante! Minha família alugou casa lá e foi otimo: fomos em diversas praias e fizemos um passeio de barco imperdivel! Em breve escrevo sobre essa viagem por aqui!

Guaratuba – SP

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Praia da minha infância e das minhas melhores lembranças. Foi numa dessas incursões familiares que aproveitei para matar as saudades desse mar gostoso de águas calmas durante a Páscoa. O post sobre esta praia de Bertioga, onde minha família tem casa há mais de 25 anos, já está no forno, com direito a fotos antigas e tudo!

Rio de Janeiro – RJ

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Tento passar uma semana no Rio pelo menos uma vez ao ano e acho pouco. Cada vez que vou tento conhecer algum lugar novo e ainda faltam vários da lista, mas esse ano consegui finalmente ir a um dos mais importantes: o Cristo Redentor! Acabei repetindo lugares deliciosos, como o Parque Lage e o bairro de Santa Teresa porque também curto essa sensação de familiaridade. Rio, te quero mais!

Bariloche – Argentina

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Foi minha terceira visita a essa cidade fofa da Argentina, uma pena que não deu para esquiar. Mas fiz coisas diferentes, como esse passeio de motinho pela neve, conheci um refúgio no alto da montanha incrível (ainda virá post sobre isso) e, claro, muita comilança, bons vinhos e paisagens fantásticas. Mas o momento mais querido foi encontrar novamente o Marito, dono de uma das lojas mais antigas de Bariloche, e entrevistá-lo pro blog.

Paraty – RJ

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Conheci finalmente a cidade da Flip, durante um bate-volta de Ubatuba. Passei o fim de tarde por lá fotografando e me equilibrando nas pedras das ruas da cidade e me encantando por sua beleza, suas cores e todo o charme que eu só conhecia por fotos. Ficou o gostinho de quero mais. Vamos ver se volto em breve para explorar Paraty com calma, porque merece!

Atacama – Chile

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Minha segunda vez no Atacama foi incrível e sob uma nova perspectiva: não mais como jornalista convidada, mas como assessora de imprensa acompanhando um grupo de repórteres. Foi trabalho, mas também foi lazer, e vi paisagens diferentes como essa do Vale da Morte – da outra vez não cheguei a ver esse penhasco -, as Termas Puritanas, os Gêiseres del Tatio e a noite de observação das estrelas. Conheci também um jovem guia cheio de sonhos e projetos de viagens que virou post aqui.

Santiago – Chile

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Entre idas e vindas, consegui curtir um pouquinho de Santiago em uma tarde. Caminhei do bairro Lastarria até onde fica o Mercado, passando por um parque super gostoso. Mas curti mesmo o bairro Lastarria, seus barzinhos e lojinhas bacanas. Santiago nunca foi meu destino final, sempre estive de passagem, quero ver se em 2016 eu mudo essa história! 😉

Torres del Paine – Chile

Vista das Torres del Paine, na Patagônia chilena. Foto: Débora Costa e Silva

Realizei um sonho ao conhecer mais esse pedaço da Patagônia, um dos mais bonitos, especiais e remotos. Ao ficar hospedada no Tierra Patagonia, a sensação era de estar abraçada pela natureza: no café da manhã, vi ovelhas e guanacos pela janela e a sensação de estar no fim do mundo bateu – com toda sua beleza e seus temores. As torres acabei vendo só de longe, agora é mais uma desculpa para voltar pronta pro trekking e ver esse monumento de pertinho! Escrevi também sobre o guia-motorista Antonio, que fez reflexões profundas sobre viver por essas bandas.

Pucón – Chile

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Não conhecia nada do meio do Chile, só os extremos, e adorei Pucón! Confesso que não foi fácil: teve muita chuva, muito frio, fiquei doente e voltei com dor de ouvido no avião. Mas valeu muito a pena, o lugar é lindo, o hotel Antumalal (na foto), incrustado na montanha, tem alguma coisa mágica que nos faz relaxar e ficar em frente à lareira lendo um livro e esperando a chuva passar era tudo o que eu estava precisando.

Tenho mais uma viagem este ano para celebrar a virada, depois venho aqui contar! Ano que vem volto com fotos e posts e desejo a todos um fantástico 2016, repleto de boas energias, ótimas experiências e muitas viagens! ❤

Gente que viaja :: Antonio da Patagônia

Seu Antonio, hoje guia e motorista na Patagônia, já viajou o mundo. Foto: Débora Costa e Silva

Seu Antonio, hoje guia e motorista na Patagônia, já viajou o mundo. Foto: Débora Costa e Silva

Quando entrei na van para sair da região de Torres del Paine, no Chile, e seguir rumo ao aeroporto de Punta Arenas em uma viagem de quatro horas, estava pronta para dar um cochilo, ouvir música e relaxar. Faria isso tranquilamente se não tivesse notado que o motorista chileno falava português super bem, quase sem sotaque. Fiquei instigada e comecei a puxar papo.

No começo foi difícil, porque a primeira impressão é de que ele era meio rabugento, sério, daqueles que não tá afim de conversar. Mas ele foi respondendo as minhas perguntas e quando me dei conta, ele já estava resgatando histórias e memórias por conta própria, empolgado de lembrar de seus tempos no Brasil.

Antonio dirigindo de Puerto Natales até Punta Arenas, onde mora há 4 anos. Foto: Débora Costa e Silva

Antonio dirigindo até Punta Arenas, onde mora há 4 anos. Foto: Débora Costa e Silva

Ele morou por quatro anos no Rio de Janeiro entre os anos 1981 e 1985 para fazer faculdade de Hotelaria – inspirado e incentivado por sua mãe, que trabalhou a vida toda em companhias aéreas, entre elas a extinta Varig. Segundo Antonio, ela o ajudou a fazer a transição para o Brasil para estudar, já que não havia esse curso ainda no Chile. Do tempo em que viveu no Rio, suas lembranças mais queridas e saudosas são dos carnavais que desfilou pela Mangueira. Ele participou de todos os ensaios, aprendeu até a tocar surdo e integrou a bateria.

Mas não parou por aí. Por conta da profissão, ele carimbou muito seu passaporte e sua carteira de trabalho. Antonio já viveu na Venezuela, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e Trinidade, além das diversas vezes que foi aos Estados Unidos e para o Canadá. Nesses lugares, já foi guia turístico, guia de selva, instrutor de mergulho e parapente, trabalhou em hotéis e atuou como motorista-guia turístico inúmeras vezes – como agora na Patagônia, onde vive há 4 anos com a esposa.

“Sou ávido por informação. Estou sempre lendo, estudando e fazendo cursos – o último foi o da Conaf (Corporação Nacional Florestal), no Parque Torres del Paine”. Além da busca por conhecimento, fiquei curiosa para saber mais sobre o que o motiva a viajar e mudar tanto de um lugar para o outro. “Um ano inteiro fazendo um mesmo roteiro todos os dias cansa. Quando aparecia uma outra oportunidade, eu não pensava duas vezes. Eu me identifico com os cachorros. Aquela coisa de sair por aí andando sem rumo, meio vagabundo, sabe? Então, eu sou um deles”.

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Lago Sarmiento com vista para as Torres del Paine, na Patagônia Chilena. Foto: Débora Costa e Silva

Enquanto a paisagem na janela mudava e o vento ganhava mais força conforme avançávamos para o sul, seu Antonio foi mostrando cada vez mais seu lado sensível, sereno e filosófico. Questionei então o que queria saber desde o início: por que viver na Patagônia? Segundo ele, a escolha foi da mulher, que é apaixonada por glaciares e também é guia de turismo. Enquanto ele fala inglês, francês e português, ela complementa o currículo de idiomas do casal com alemão e japonês.

Eles moram há quatro anos em Punta Arenas, longe do filho mais velho, que estuda cinema em Santiago, mas ainda próximos ao caçula, que estuda teatro ali na região. “Fico aqui porque é cômodo e confortável. Agora com família, casado e filhos grandes, a vida está mais tranquila”, explica.

Mas não acha muito vazio? “Não, acho perfeito. Depois de morar em Santiago, qualquer lugar é gostoso. O pessoal que mora lá está sempre estressado, correndo, no metrô as pessoas ficam espremidas que nem sardinha em lata. Aqui estou muito bem. É uma das mil razões que viemos para cá”, defende.

A vida social é escassa na Patagônia. Se o tempo está bom, ele e a esposa fazem churrasco e recebem os poucos amigos que fizeram por aquelas bandas. Afinal, para um forasteiro, é difícil criar vínculos com quem nasceu e viveu na região a vida toda. Nas horas vagas, gosta de se dedicar ao jardim de sua casa, ler e pescar – e já está de bom tamanho.

Para encerrar, Antonio me falou uma das frases mais bonitas e melancólicas que já ouvi. “A solidão é impagável. Porque não há silêncio quando se mora em uma cidade tão grande, os pensamentos são praticamente compartilhados com os outros, estamos sempre cercados de gente. Quando se é jovem, é importante sair e ter vida social. Mas depois de um tempo, muito barulho já não dá mais. Muita poluição visual também não é bom. Por isso eu prefiro morar aqui”, concluiu.

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“A solidão é impagável”, diz o seu Antonio sobre escolher viver na Patagônia. Foto: Débora Costa e Silva

Patagônia :: Terra de extremos

Cruzeiro Australis percorre as geleiras e ilhas da Terra do Fogo, no extremo sul da América Latina - Foto: Débora Costa e Silva

Cruzeiro Australis percorre as geleiras e ilhas da Terra do Fogo, no extremo sul da América Latina – Foto: Débora Costa e Silva

É curioso o quanto o trajeto de uma viagem influencia as impressões sobre o lugar para onde vamos. Nas duas vezes em que fui para a Patagônia chilena (a primeira em 2009, e a última agora, em agosto de 2015, ambas a trabalho) tive percalços e muita tensão durante a ida. Acho que isso fez com que esse destino que já é especial, se tornasse tão marcante para mim.

Chegar de uma viagem cansativa na praia é uma coisa: você é acolhido pelo mormaço, pelo céu azul, pelo sol, pela maresia e por uma calmaria geral. Já quando se vai para um destino de inverno as coisas começam a complicar: você usa mais roupas, é difícil se locomover, o céu pode estar cinzento, às vezes tem até chuva e o vento dificulta seus passos. A Patagônia é assim, dura na queda, não é de sorriso fácil. Mas ela conquista aos poucos e definitivamente.

Pensa n num lugar frio. E lindo. É aqui! Na foto, um dos glaciares vistos no cruzeiro pela Terra do Fogo. Foto: Débora Costa e Silva

Pensa n num lugar frio. E lindo. É aqui! Na foto, um dos glaciares vistos no cruzeiro pela Terra do Fogo. Foto: Débora Costa e Silva

Meu primeiro encontro com este lugar foi há seis anos, quando fiz o cruzeiro Australis, que navega pelas ilhotas e geleiras da Terra do Fogo, de Punta Arenas (Chile) para Ushuaia (Argentina). Foi a primeira viagem a trabalho, sozinha e também a primeira (e única) vez que perdi um voo e quase pus tudo a perder. Culpa de um taxista mercenário que mudou de trajeto até o aeroporto qua-tro ve-zes e me fez chegar 5 minutos depois do check-in ter encerrado.

Chorei muito no balcão da TAM até ser expulsa (“Você pode sair daqui? Está atrapalhando”). Com a ajuda da minha mãe, ninja das burocracias de viagem, consegui embarcar em um voo da LAN meia hora mais tarde. Depois de muito correr, tremer e chorar, consegui chegar a tempo de pegar outro voo para Punta Arenas e finalmente embarcar no cruzeiro.

Vista de montanhas de picos nevados a partir da Baía Wulaia, no extremo sul do Chile. Foto: Débora Costa e Silva

Vista de montanhas de picos nevados a partir da Baía Wulaia, no extremo sul do Chile. Foto: Débora Costa e Silva

O vento gelado e cortante é onipresente e deu o tom da viagem. Foi mágico estar cercada de glaciares, ver de perto condores, elefantes marinhos e pinguins, enfim, estar imersa à natureza  patagônica. A sensação de ter chegado ao fim do mundo é, ao mesmo tempo, encantadora e assustadora. Não há dúvidas de quem manda ali é a natureza. Tudo é intenso. Costumam dizer por lá que é possível ter em um só dia as quatro estações do ano: abre o céu, vem o sol, venta, chove, refresca, gela, ameniza, passam nuvens, volta o sol e o ciclo recomeça. Terra de extremos.

Corta a cena e pula para agosto de 2015. Novamente a trabalho, tinha uma passagem em que constava “Punta Arenas” como o destino final. O avião saía de Santiago, parava em Puerto Montt e seguia até lá. Durante o voo fiquei relembrando todas essas sensações da primeira vez, em como era especial estar de volta, o quanto estava com saudades de sentir aquele frio com gostinho de Patagônia, em como eu precisava dessa viagem para descansar da vida atribulada e aproveitar para relaxar a mente, ter insights legais, dar aquela pirada gostosa…

Não importa se é a primeira ou a quinquagésima vez: quando vemos a neve cair, o encanto permanece o mesmo. Foto: Débora Costa e Silva

Não importa se é a primeira ou a quinquagésima vez: quando vemos a neve cair, o encanto permanece o mesmo. Foto: Débora Costa e Silva

Eis que chegamos em Puerto Montt e o cenário mudou. Ao invés do gosto de pisco souer para comemorar, o sabor amargo de um café que me servi na sala de embarque para aliviar a tensão de ter que esperar consertarem um vazamento no avião. Fiquei com o grupo de jornalistas pensando nas várias possibilidades do que poderia acontecer: teríamos que esperar outro voo? Mas tem outro voo? Vamos dormir aqui?

A resposta veio logo: o vazamento foi resolvido. Ufa, meia horinha de puro drama e nada mais, tudo certo. Voltamos para os nossos assentos, ainda bastante temerosos em relação a essa rápida solução, mas ok. Peguei o caderninho, coloquei o cinto e voltamos ao céu.

O céu da Patagônia é quase sempre sinistro assim, cheio de nuvens e cores que dão um aspecto sombrio e mágico ao lugar. Foto: Débora Costa e Silva

O céu da Patagônia é quase sempre sinistro assim, cheio de nuvens e cores que dão um aspecto sombrio e mágico ao lugar. Foto: Débora Costa e Silva

Mas tão logo começou a voar, o avião passou a chacoalhar: de um lado para o outro, para frente e para trás. Eu normalmente sou tranquila em relação à turbulências, mas essas me assustaram. Era culpa do vento, aquele que estava descrevendo alguns parágrafos acima. Tão gostoso e fresco na memória, mas de repente tão brusco e apavorante. Se lá do alto dava para sentir sua força, imagine em terra firme? Para ajudar, olhei para fora da janelinha e o céu estava num tom de cinza sinistro.

Tentei voltar a escrever, mas essa altura já estava com o estômago revirado e beeeem distante daquele romantismo todo. Como alguém pode gostar dessa ventania, capaz de balançar tão forte um avião? Como eu pude pensar que estava com saudades desse frio, desse lugar bizarro e sombrio?

Vista das Torres del Paine, na Patagônia chilena. Foto: Débora Costa e Silva

Vista das Torres del Paine, na Patagônia chilena. Foto: Débora Costa e Silva

Finalmente pousamos. O frio veio me dar boas vindas, gelando meu nariz e qualquer pedacinho descoberto do meu corpo. Por mais que eu me esforçasse em ver beleza na chegada, o enjoo do voo persistiu e me acompanhou durante toda a viagem de carro até o hotel. Foram longas quatro horas, em que eu não sabia se comia, bebia água, mascava chiclete ou deixava meu estômago embrulhado quieto na dele.

Chegamos no hotel à noite e o alívio foi substituindo o mal estar. Não era para menos, o Tierra Patagônia é sensacional: todo feito de madeira, te dá uma sensação de aconchego logo de cara. Fui dormir apavorada com os barulhos do vento, da madeira rangendo – pra ajudar a luz do banheiro piscava, quase filme de terror – e zonza ainda da viagem, sem saber direito onde estava, como e por que. Descobri só no dia seguinte, quando abri a cortina e dei de cara com as Torres del Paine na janela.

Na praça central de Punta Arenas, tem essa estátua de um índio. Dizem que para voltar ao destino, e preciso beijar seu pé. E não é que voltei? :P

Na praça de Punta Arenas, tem essa estátua de um índio. Dizem que para voltar ao destino, é preciso beijar seu pé. E não é que voltei? 😛

Pronto, mais um sonho realizado. Mais uma vez aquele céu, o vento, os galhos secos, os arbustos amarelos, as montanhas de picos nevados, os condores – agora acompanhados também de ovelhas e guanacos – me curando da ressaca da viagem. De novo eu ali, como uma menininha com medo do escuro, com frio na barriga, prestes a explorar um novo lugar. Mais uma vez uma fase nova da vida marcada por este destino que consideram o fim do mundo, mas que pra mim se tornou um lugar de renovação e recomeços.

Vai lá!
Matéria que fiz para o UOL Viagem sobre o cruzeiro Australis.