Sabe aqueles encontros por acaso que te tiram do prumo? Em que a pessoa vai te ganhando aos poucos e quando você se dá conta, já está totalmente encantada? Pois então, foi o que aconteceu comigo quando conheci o Hudson River Park. Nem era um lugar que eu vislumbrava visitar, mas depois de “trombar” algumas vezes acabou se tornando um dos mais especiais dessa minha temporada em Nova York.
Vista de New Jersey a partir do Hudson River Park. Fotos do post: Débora Costa e Silva
O Hudson River Park é o maior parque a beira-mar dos Estados Unidos, às margens do rio Hudson, como o próprio nome já diz. Possui mais de 4 milhas de extensão que vão da altura da rua 57th até o sul da ilha da Manhattan. O projeto de paisagismo e urbanismo na região transformou píeres decadentes e estacionamentos em jardins, quadras, praças, ciclovias e pistas para corrida.
A primeira vez que visitei o parque foi após um passeio pelo High Line, na altura da rua 34th, onde há um extenso mirante com vista para o rio Hudson. Saí de lá e fui ver o pôr do sol na beira do rio. Nesse trecho há apenas um calçadão com pessoas correndo e andando de bicicleta, então sentei em um banco e fiquei ali contemplando o fim da tarde. Só de ter aquela vista e um cantinho na sombra já estava de bom tamanho – mal sabia eu que essa área fazia parte de um parque e que oferecia tantas outras coisas.
Curtindo o pôr do sol, sem conhecer ainda as áreas mais bonitas do parque. Foto: Mirella Nascimento
Acabei de novo indo ao seu encontro meio sem querer no dia em que visitei o Memorial 9/11. Estava andando sem rumo até que vislumbrei uma área verde cheia de crianças brincando e um pessoal deitado na grama tomando sol.
Comecei a explorar o lugar e além de vários jardins e alguns cafés e restaurantes nos píeres, também encontrei parquinhos, quadras de tênis, basquete, vôlei, gente praticando todo tipo de esporte, muitos fazendo piquenique e outros tantos andando e curtindo a tarde assim como eu.
Há diversas atividades oferecidas ao público por lá, principalmente no verão. Um exemplo é a prática de caiaque, em que o pessoal da Manhattan Community Boathouse oferece remos e coletes salva-vidas e ensina os movimentos básicos.
Mesmo sem ter a menor experiência com o esporte, eu experimentei e foi incrível! As águas do rio Hudson são calmas, ótimo para quem está remando pela primeira vez, além do visual ser fantástico durante o pôr do sol.
Eu já estava fascinada pelo parque, mas me rendi de vez quando o percorri de bicicleta. É tudo plano e muito bem sinalizado, sem contar que o visual da cidade de um lado e o rio emoldurado pelas árvores de outro não tem pra ninguém.
Um dos dias mais especiais da minha estada em Nova York, inclusive, foi quando resolvi pedalar de noite por lá, no ímpeto de me reanimar em um dia meio deprê. Fui até o sul da ilha observando “as luzes da cidade acessas”, gente namorando, gente jogando bola nas quadras, outros muitos pedalando também, e enfim, não teve remédio melhor <3.
Um dos símbolos de Nova York, o Empire State Building foi por décadas o mais alto arranha céu do mundo até a chegada das torres gêmeas em 1970. A altura do telhado é de 381 metros, mas com a torre de antena, o edifício chega a 443 m de altura Após o atentado de 11 de setembro, ele voltou a ser o maior edifício da cidade, até a inauguração da torre One Wolrd Trade Center, em 2012. Ele apareceu em filmes clássicos, como “King Kong”, virou título de música (“Empire State of Mind”) e é uma das atrações mais visitadas da cidade.
Empire State Building, ao lado do hotel New Yorker. Foto: Débora Costa e Silva
O primeiro momento em vi o Empire State, nas duas vezes em que vim para Nova York, foi quando caiu a ficha de que estava mesmo aqui. Na primeira, dei de cara com o edifício assim que abri a cortina do quarto do hotel. Não tinha muita noção em qual região eu estava e foi um susto delicioso. Dessa segunda vez, eu vi da calçada chegando na residência onde estou morando. Estava caminhando na direção contrária do prédio e quando virei para trás, lá estava ele, lindo, majestoso, me dando boas vindas 🙂
Há quem diga que seu topo oferece a melhor vista da cidade. Há quem diga, no entanto, que o melhor observatório é o do Rockfeller Center (Top of the Rock), pois de lá é possível fazer fotos que incluem o próprio Empire no horizonte. Eu ainda não testei essa segunda opção, mas não acho que uma visita invalide a outra, pois conhecer um pouco da história e o interior do Empire State vale a pena.
Veja abaixo as fotos que fiz durante a visita. Fiz com o celular mesmo, estava sem minha câmera. Mas não vacilem como eu: levem a câmera! 😉
Fotos do post: Débora Costa e Silva
Sobre a visita
O melhor horário para visitar é durante o pôr do sol, assim você consegue ver Nova York do alto em três momentos diferentes: com o céu azul (se o tempo tiver bom), colorido durante o entardecer, e escuro, com a cidade iluminada. Tente ir uma hora antes, porque as chances de encarar uma longa fila e perder o cair da tarde são grandes.
Há duas opções principais para os visitantes: ir até o 86º andar (valor: US$ 32) ou ir até o 102º (valor: US$ 52). Eu só fui até o 86º porque muita gente me disse que de lá a vista já é impressionante o suficiente e não muda muita coisa do 102º. Você vai de elevador até o 80º, onde há uma exposição com fotos, gráficos e desenhos antigos da época da construção do edifício, em uma sala ampla cercada de janelas com vista para a cidade.
Depois sobe até o 86º, onde há o observatório aberto e a disputa por um lugar na grade para ver Nova York de cima. Eu recomendo que não pare em um lugar só porque conseguiu espaço, mas vá revezando para ver um pouquinho de cada parte da ilha de Manhattan. No final da visita, é claro, tem uma lojinha com diversos itens do Empire, inclusive king kongs de pelúcia ❤
Pôr do sol na Praia do Jacaré é uma das atrações mais famosas da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva
Ao viajar para uma capital do Nordeste, os passeios mais populares geralmente são o city tour básico e uma visita às praias ao norte e ao sul da cidade. Não acho que seja por falta de atrativos do próprio destino, mas é que a capital acaba sendo a porta de entrada para quem quer conhecer um pouco de tudo que o estado oferece. Quando estive em João Pessoa, visitei um pedacinho do litoral sul e do litoral norte e adorei, deu para curtir uma variedade maior de atrações. Claro que muitas outras praias ficaram de fora, mas a vida é assim, temos que fazer escolhas que estejam de acordo com o tempo e a verba disponível rs.
Como já contei no primeiro post sobre a viagem à Paraíba, fechei os passeios com a Luck Receptivo e o que mais gostei foi que eles oferecem experiências exclusivas e diferentes para seus clientes. Aí vão mais detalhes sobre os primeiros passeios:
:: LITORAL NORTE ::
Com duração de um dia, o roteiro tem algumas paradas menores, como o Marco Zero da rodovia Transamazônia (nem descemos do ônibus, o pessoal da excursão fez foto da janela mesmo) e o outlet Meggashop, que vende roupas, acessórios e calçados esportivos. Vamos às principais atrações:
Projeto Tartarugas – praia de Intermares
Praia de Intermares, onde as tartarugas marinhas depositam seus ovos. Foto: Débora Costa e Silva
A primeira parada foi para conhecer o projeto Tartarugas Urbanas – Guajiru, uma ONG que preza pela proteção dos ninhos de tartaruga depositados na praia. Os turistas assistem a uma rápida palestra da bióloga Rita Mascarenhas, diretora do grupo, que explica como funciona o trabalho. Os voluntários protegem os ninhos, ajudam no parto dos filhotes, fazem salvamentos e, claro, lutam pela preservação da praia para que as tartarugas continuem voltando para ter seus filhotes ali em segurança.
Praia em Cabedelo
Praia em Cabedelo, uma das paradas do passeio pelo litoral norte da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva
No município de Cabedelo, fizemos uma longa parada no restaurante Lovina, na praia da Ponta de Campina. A comida e o serviço estavam na média, mas o que chama a atenção é o espaço em si, já que oferece uma boa estrutura para quem vai passar o dia, como banheiros, duchas, lojinhas e amplo espaço em tendas para descanso na sombra. De areia fofa, a praia ali é tranquila, limpa e gostosa para caminhar.
Fortaleza de Santa Catarina
Foto: Débora Costa e Silva
Construída em 1586 em madeira e taipa para proteger a região, a fortaleza fica em uma área elevada de Cabedelo – que significa ponta de areia ou pequeno cabo. Por ter sido refeita mais de cinco vezes, sua estrutura preserva características de diferentes épocas. Além disso, é um local histórico por ter sido palco de lutas contra os invasores holandeses no Nordeste na época do Brasil Colônia. A fortaleza conta com um belíssimo mirante com canhões apontando para o mar, capela, prisão e alojamentos, que abrigam obras de arte e gravuras da época.
Foto: Débora Costa e Silva
Praia do Jacaré + Bolero de Ravel
Um dos programas mais famosos e turísticos da Paraíba é assistir o pôr do sol na Praia do Jacaré, que na verdade não é bem uma praia, e sim o belíssimo rio Paraíba. O nome jacaré também engana. Ao contrário do que a maioria pensa, ali não havia jacarés – apesar de que hoje algumas estátuas do animal decoram a orla e chamam a atenção dos turistas. O nome foi dado porque anos atrás havia uma espécie de hidroporto, onde pousavam aviões menores e quando isso acontecia, formava-se uma onda com a aparência de uma boca aberta, daí a relação com o bicho.
Jurandir do Sax se apresentando no catamarã. Foto: Débora Costa e Silva
A grande atração fica por conta do músico conhecido como “Jurandir do Sax“. Há 23 anos, ele executa a música “Bolero de Ravel” durante o pôr do sol e, nos últimos 16 anos, vem promovendo o espetáculo diariamente em uma canoa. Ele já ultrapassou as 5 mil apresentações e continua sendo aguardado por turistas que visitam o local. Fiquei pensando: como será tocar a mesma música todos os dias no mesmo horário? Diz ele que cada apresentação é única e tem sua emoção própria.
Achei bonito vê-lo surgir em seu barquinho no horizonte, em meio às águas iluminadas pelo sol. Por outro lado, me incomodei com toda a encenação que faz parte do pacote: o guia do catamarã anunciando sua chegada pelo microfone, uma batida eletrônica marcando o ritmo da música tocando ao fundo e os turistas se aglomerando para fazer fotos e vídeos. Como toda atração que começa autêntica e ganha popularidade, essa também acabou virando um espetáculo “para turista ver”. Ainda assim recomendo por ser algo tão único, inusitado e, para quem entra no clima e consegue se isolar da muvuca de turistas, emocionante também.
No local há diversas lojinhas que vendem suvenires, roupas, artesanato, doces e comidas típicas. Até julho de 2015, havia também bares e restaurantes no píer, mas eles tiveram que ser fechados e demolidos, pois estavam instalados de forma irregular. Quando estivemos lá, todo o trecho estava passando por reformas.
A história é bastante polêmica e os donos dos bares ficaram revoltados. Bem ou mal, os estabelecimentos eram uma opção para quem quisesse apreciar o pôr do sol com o “Bolero de Ravel” tocando ao fundo enquanto comia um petisco sentado a uma mesa. Se por um lado ficou mais democrático e todos podem curtir a vista do rio gratuitamente, por outro a única opção que sobrou para quem quer um pouco de conforto foi o passeio de catamarã.
No nosso caso, o catamarã já fazia parte do pacote e achei que valeu a pena. Enquanto navegávamos pelo rio, ouvimos do guia as histórias da praia do Jacaré, assistimos a uma violinista tocar músicas típicas e os mais animados se jogaram em uma quadrilha com um casal vestido de Maria Bonita e Lampião que animava o público. O diferencial oferecido pela operadora foi que, ao final da execução do “Bolero de Ravel”, o Jurandir subiu em nossa embarcação e tocou mais algumas músicas. Quem estava no mirante podia ouvir também, graças ao sistema de áudio do artista, mas ainda assim tivemos a chance de vê-lo de perto.