Ainda faz sentido falar de viagem com tanta crise?

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O mundo desabando, corrupção, terrorismo, tragédias naturais, extremismo, ódio, machismo, desemprego, poluição, desmatamento, desesperança… e os caras falando em viajar? Que sempre teremos Paris? Que os outlets de Miami estão incríveis? Dez praias paradisíacas do Caribe? Por mais deslumbrante que seja o cenário, parece que tem algo que não tá ornando. Ainda faz sentido falar de turismo com toda essa crise?

Venho pensando em escrever sobre isto há alguns meses, mas estava esperando encontrar uma resposta antes de formular o texto. Não encontrei. Alimentar o blog também tá ficando agridoce, pois de um lado quero deixar registrado e passar adiante minhas experiências e contar as histórias que me inspiraram, mas sinto às vezes estar lutando contra um tsunami com apenas dois remos.

Em Nova York, encontrei uma amiga e tivemos altos papos. Começou com as eleições municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, depois caiu pra Trump, machismo, até que ela perguntou como eu tava e elogiou os posts do Papetes (eba!). Agradeci e disse: pois é, mas no meio de tanta bagunça e notícias negativas, fico até sem graça de falar sobre viagens. Será que estou me fechando dentro de uma bolha?

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E é fato, o número de pessoas fazendo grandes viagens internacionais caiu e muita gente já está sentindo o impacto da crise na hora de pensar nas próximas férias. De acordo com o World Travel Monitor, que monitora os deslocamentos feitos em países da Europa, América do Sul e Ásia, as viagens feitas por brasileiros ao exterior entre janeiro e agosto de 2016 já caíram 15% em relação ao mesmo período de 2015.

Porém, mesmo com todas as dificuldades, as pessoas ainda querem viajar. E ainda vão continuar viajando. Talvez fique mais difícil, teremos que apertar o cinto e rever algumas escolhas, repensar os lugares, a duração e a frequência de cada viagem, mas o desejo permanece. Outra pesquisa, feita pelo Ministério do Turismo, comprova isso: no mês de setembro, mesmo com a crise, a intenção de viagem dos brasileiros era de 24,3%, 8 pontos percentuais a mais em relação ao mesmo mês de 2015.

Viajar desperta alguma coisa além dentro de nós que chega a viciar! Uma vez que seu universo se expande e conhece outras culturas e outros mundos, você quer manter a toada, brincar de War e conquistar quantos territórios for possível. Tudo bem que depois de uma viagem nos EUA, talvez você não consiga ir tão logo pro Sudeste Asiático, mas o bichinho viajante vai te dar coceira. E aí meu amigo, um pulo ali no Pico do Jaraguá já vira uma aventura, te reabastece com a adrenalina de ver algo novo, de experimentar novos ares e mudar sua rotina.

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Não é preciso ir tão longe ou ficar muito tempo fora para sentir os benefícios de uma viagem. É questão de mudar o olhar no dia-a-dia e ver beleza na tua própria cidade. É dar uma chance pro Masp depois de conhecer todos os museus da Europa. É explorar um café novo no bairro e curtir como se tivesse em Paris. É tentar encontrar algo que te transforme.

Por isso tudo, acho que sim, faz sentido falar de viagem no meio dessa crise, que não é a primeira nem a última que o mundo vai passar. Viajar é trazer um pouco do mundo na mala e se o mundo tá essa bagunça, talvez o papel do turismo seja de nos abastecer de informações para entender um pouco desse caos e expandir nossos horizontes. Se não servir para isso, que sirva para se desligar de tudo, refrescar a cabeça dos problemas e voltar para casa com as energias renovadas e pronto para a batalha 😉

Que todos tenham um 2017 com mais amor, força para encarar os desafios e muitas viagens, sejam próximas ou distantes, bate-volta ou sem data de retorno. Mas que te levem longe, te transformem e te inspirem sempre! ❤

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Nova York :: Dicas para economizar

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Nova York e a arte de rua, até mesmo no chão. Foto: Débora Costa e Silva

A famosa frase “quem converte não se diverte”, proferida por 10 entre 10 turistas de férias no exterior, fazia mais sentido e tinha mais graça quando o real valia 2 por 1 em comparação com o dólar. Ultimamente eu invoco esse pensamento em raros momentos quando me convenço de que pequenos luxos valem a pena em uma viagem. Mas fora uma ou outra exceção, a minha regra número 1 aqui em Nova York é economizar ao máximo e buscar sempre as promoções e atrações gratuitas.

Vir para a cidade mais cara do mundo em plena crise econômica no Brasil é meio loucura – uma loucura boa, que faz valer cada centavo, eu juro – mas também não é preciso viver aqui no estilo Carrie Bradshaw, gastando fortunas em drinks e sapatos, né? É super possível economizar por aqui – inclusive o que não faltam são passeios e atrações gratuitas. Algumas dicas simples já podem mudar a sua estada em Nova York e te impedir de decretar falência, quer ver?

Time Out

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A revista Time Out Nova York é semanal e gratuita. Foto: Reprodução/Time Out

As coisas mais divertidas e inusitadas que fiz por aqui foram dicas da revista <3. A publicação é gratuita e semanal e traz um catálogo bem completo de atrações culturais, bares, festas, restaurantes, além de entrevistas, dicas LGBT e de paquera. Fique ligado na seção “To Go Free”, onde ficam os destaques de atividades gratuitas no período. Eu dou uma olhada geral com atenção porque muitas vezes têm indicações gratuitas dentro de outras seções ou mesmo atrações não muito caras.

A revista impressa sai todas as quartas-feiras e há diversos pontos de distribuição por Manhattan (veja aqui o mapa), mas caso você prefira a versão digital, o site deles é muito bom e oferece várias possibilidades de pesquisa e arquivo de matérias antigas. Para completar, recomendo também baixar o aplicativo da Time Out. Faço buscas selecionando “When” (Today) + “Price” (Free + $) para ver o que tá rolando quase todos os dias e isso ajuda muito a incrementar o roteiro. Já descobri festa temática da Madonna, filmes gratuitos nos parques, passeio de caiaque e a lista segue :-).

Walking Tour

Mural grafitado na E Houston Street, na esquina com a Bowery, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Mural grafitado na E Houston Street, na esquina com a Bowery, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Para quem não quer só andar a esmo e prefere conhecer a cidade com um guia, indo direto ao ponto, a melhor dica é participar dos walking tours. Na Europa eu já fiz alguns desses passeios e adorei! Funcionou bem para os primeiros dias, quando ainda estava me situando, além de que os guias sempre contam histórias bacanas e curiosas sobre as atrações. Aqui em Nova York tem a Free Tours By Foot, que oferece vários roteiros separados por temas e bairros, tanto em inglês quanto em espanhol.

A boa notícia? Você paga o quanto quiser pelo serviço. Faça a reserva pelo site com antecedência de no máximo um dia e,caso não consiga ir, avise-os o quanto antes (já levei bronca por não fazer isso rs). Afinal, não é porque é praticamente de graça que o esquema tem que virar bagunça, né? Inclusive, não seja deselegante e dê uma gorjeta bacana para o guia, o serviço é voluntário e fica chato não pagar nada-nada.

Dica extra: se você não curte fazer passeios guiados ou caminhar, vale entrar no site mesmo assim pois alguns tours são selfie-guided, ou seja, você pode ser seu próprio guia, é só seguir os passos indicados por eles. Os mais legais são os que passam por locações de séries e filmes, pra quem gosta vale a pena 🙂

Museus

Vista de um dos pátios do Whitney Museum, no Meatpacking District, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Um dos pátios do Whitney Museum, no Meatpacking District, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Não deixe de visitar museus porque você precisa economizar! Aqui em Nova York, quase todos os espaços oferecem entrada gratuita (no esquema “pague o quanto quiser”) em dias e horários específicos. Ficam mais lotados? É óbvio, mas ainda assim dá para aproveitar bastante. Veja abaixo a lista de dias e horários em que a entrada é livre nos seguintes museus:

Terça-feira:
9/11 Memorial Museum (5-8 pm)
Brooklyn Botanic Garden

Quinta-feira:
New Museum (7-9 pm)
International Center of Photography (6-9 pm)

Sexta-feira:
MoMA (4-8 pm)
Whitney Museum of American Art (7-9:30 pm)
Museum of the Moving Image (4-8 pm)

Sábado:
Guggeinheim Museum (17h45 – 19h45)

Domingo:
The Frick Collection (11h – 13h)

Nos museus abaixo, a entrada é livre (ou você paga o quanto quiser) todos os dias:

MET – Metropolitan Museum of Art
American Museum of Natural History
Brooklyn Museum

Aulas de inglês

Biblioteca Pública de Nova York, rodeada de jardins, oferece aulas de inglês gratuitas. Foto: Débora Costa e Silva

Biblioteca Pública de Nova York oferece aulas de inglês gratuitas. Foto: Débora Costa e Silva

Se você vai passar um tempo mais longo em Nova York e quer dar uma melhorada no seu inglês, recomendo testar as aulas gratuitas na Biblioteca Pública de Nova York. Há estudantes de diversos níveis e aulas todos os dias. Além de praticar o idioma, você pode conhecer outras pessoas e aproveitar para visitar o edifício, que é lindíssimo e já serviu de cenário para inúmeros filmes e séries. Caso fique longe, dê uma olhada qual a biblioteca pública mais próxima e veja se lá também tem.

Comer e Beber 

Baz Bagel é uma delícia e foi um dos achados daqui. Foto: Débora Costa e Silva

Baz Bagel é uma delícia e foi um dos achados daqui. Foto: Débora Costa e Silva

Ok, agora o negócio começa a complicar. Não é tão simples e fácil assim achar um cantinho legal para comer bem pagando pouco por aqui. Claro que há muitas opções e sempre têm aqueles lugares escondidos, uma portinha que te leva para o melhor restaurante de comida etiópia ou algo do tipo. Mas às vezes com tempo curto e no auge da fome fica difícil encontrar tais preciosidades.

Além de pesquisar antes, recomendo também utilizar apps que catalogam bares e restaurantes. Aqui nos EUA usam muito o Yelp, onde os estabelecimentos podem ser filtrados por preço, distância, avaliação dos usuários e você consegue ver se estão abertos no momento da pesquisa. É uma mão na roda! Para beber, a dica é aproveitar as promoções de happy hour dos bares daqui, pois muitos oferecem bebidas pela metade do preço nesse período, algo como “2 por 1”.

Parques e atrações

Hudson River Park, com vista para New Jersey, é um dos parques que são uma delícia de passear em NYC. Foto: Débora Costa e Silva

Hudson River Park, com vista para New Jersey. Foto: Débora Costa e Silva

Não importa a estação do ano: em todas elas os parques de Nova York estarão lindos, seja por estarem cobertos de flores ou de neve (own <3). E, claro, todos são abertos ao público e gratuitos. O Central Park é o maior e mais conhecido, e dentro dele há diversas outros atrativos, como o Strawberry Fields (homenagem ao John Lennon), o Castelo Belvedere, o Observatório Meteorológico e o Zoológico.

Um dos meus lugares preferidos é o High Line, um parque suspenso construído sobre uma antiga linha ferroviária cheio de instalações artísticas. Em Manhattan tem ainda o Bryant Park, o Washington Square Park e o Hudson River Park. Fora da ilha vale visitar o Brooklyn Bridge Park e  Prospect Park, no Brooklyn, e o Flushing Meadows Corona Park, no Queens.

Além dos parques, há ainda diversas atrações clássicas de  Nova York que são gratuitas, como a belíssima Brooklyn Bridge (com as melhores vistas de Manhattan), o Grand Central Terminal, que impressiona pela arquitetura, o Chelsea Market, cheio de lojinhas e restaurantes bacanas, a já citada Public Library e, claro, a Times Square.

Vá a pé ou de metrô

Estação Broadway Lafayette, em Lower Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Estação Broadway Lafayette, em Lower Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Não custa frisar a dica mais básica e batida de todas: utilize transporte público e vá a pé. O metrô de Nova York tem linhas que levam para todos os bairros de Manhattan, muitas vezes com mais de uma opção para uma mesma região, chega até o Brooklyn, o Queens e o Bronx, funciona 24 horas, enfim, não faltam vantagens. Caminhar também é ótimo, principalmente por Nova York ser plana. São nessas andanças que encontramos uma lojinha legal, um bar diferente e é a melhor forma de sentir a cidade.

Pegar um táxi aqui pode até ser bacana pela experiência e curiosidade de entrar em um dos amarelinhos, mas se quiser economizar mesmo, evite. Uber aqui também é bastante popular e mais barato que táxi, mas ainda assim recomendo deixar para  usar em situações especiais.

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Para favoritar: Recomendo acompanhar o projeto #NYC10orless, da Talita Ribeiro, também publicado no Catraca Livre, com os melhores achados por até US$ 10. Veja também os vídeos bem humorados do Amigo Gringo, que mostram como passear pela cidade de um jeito menos convencional e eventualmente gastando pouco, e ainda o blog da Rogéria Viana, Vem Pra NY, meu guia preferido daqui. Traz inúmeras dicas de atrações, festivais e restaurantes bacanas, todos testados e aprovados por ela.

Top 10 :: Atitudes para me tornar uma viajante melhor

Pra começar o ano bem, nada como reciclar maus hábitos e aprimorar os que nos fazem bem, né? Pensando nisso, elaborei uma listinha de atitudes para me tornar uma viajante melhor. Eu curto aproveitar a virada para elencar os desejos para o ano seguinte ou até fazer um balanço do que passou. Acho que é terapêutico e ajuda a colocar as ideias e objetivos em ordem.

Coloquei na lista coisas que vivo prometendo que vou fazer – algumas já consegui um bom avanço, outras ainda estou devendo muito, mas acho que muita gente pode se identificar também. Veja aí se tem alguma que você também tá afim de cumprir 😉

1 – Pesquisar e planejar mais

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Eu tenho a mania de “deixar acontecer naturalmente” nas viagens, como diz o clássico pagode. Por um lado é bom, claro, porque fico mais livre, as coisas fluem melhor, o efeito surpresa rola solto e respeito mais minhas vontades, sem ficar muito presa a um cronograma e ficar tensa por causa disso.

Mas esses benefícios vão até a página 2,  porque acabo perdendo muita coisa legal: descubro um restaurante incrível, um cantinho diferente ou uma atração bacana já perto da volta, ou já em casa, ou descubro que precisava fazer reserva ou que o passeio só tem aos sábados e eu volto pra casa na sexta. Umas pataquadas assim, sabe? O desafio é combinar melhor planejamento com dias e horários livres. Ler mais sobre um lugar, mas não tanto a ponto de estragar algumas surpresas. Enfim, um dia eu chego lá!

2 – Economizar antes…

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Old, but gold. Sem dinheiro não dá para viajar e ponto. Por mais que existam hostels, couch surfing e esquemas para mochileiros, é quase impossível cair na estrada sem um mínimo de planejamento financeiro. E isso tem que ficar como um alerta fixo na cabeça de quem não quer deixar de aproveitar férias e feriados. Economizar no cinema, nas compras, nos jantares, em shows, enfim, não tem como você querer fazer uma viagem grande e fodona sem sentir o impacto no seu dia a dia. Questão de prioridades.

3 – … e durante a viagem também!

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É tão óbvio, mas tô eu aqui ainda fazendo a rycah e gastando muitas vezes sem pensar. Pensamentos como “tô de férias” ou “talvez nunca mais tenha uma chance dessas” acabam me levando a endividamentos desnecessários. Às vezes uma boa pesquisa já ajuda a encontrar jeitos mais econômicos de chegar a algum lugar. Paciência também é necessária – só assim para encontrar uma hospedagem mais barata, por exemplo. E as milhas hein? Você já sabe usar? Eu precisava aproveitar melhor os programas de milhagem para fazer valer a pena de verdade.

3 – Compartilhar menos, viver mais

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Em tempos de Face, Insta, Snap, Periscope e sei lá mais quantas outras redes sociais, é quase irresistível postar uma foto do pôr-do-sol, do prato lindo que chegou pro jantar ou dos pés à beira da piscina. Até porque, temos que lidar com posts de gente linda, realizada e arrasando por aí todo dia. Quando chega sua vez de curtir seu auge, bate uma vontade de gritar pro mundo o quanto você está feliz, sim, ué!

Cada um cada um, mas comigo a sensação é que a internet me rapta e demora a me devolver pro mundo real. Eu entro para postar uma foto e de repente, passei meia hora lendo o que todo mundo postou, cliquei num link, abri o link relacionado, já vi um vídeo… e aí o sol já foi embora, o vento bateu e esfriou a água da piscina, enfim, perdi um momento único que não volta mais. Desconectar é super importante e faz toda a diferença em uma viagem, como já refleti neste post sobre Visconde de Mauá.

4 – Fotografar menos, contemplar mais

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A ideia é bem parecida com a do item anterior, até porque quem está mega conectado também deve já cultivar o hábito de fotografar e registrar tudo e muito. Faço aqui meu mea culpa: eu tiro muita foto, mesmo. Sempre foi assim, mesmo antes de ter câmera mais profissa e estudar o negócio. Depois só piorou, entrou o lado perfeccionista de querer fazer a melhor foto, ir clicando, analisando e repetindo sem limites.

Cheguei ao ponto de observar cenas só através da câmera. Isso é péssimo e já venho trabalhando nisso, de refletir sobre uma foto sem o equipamento colado no olho, observar melhor o lugar, me permitir sentir o clima e pensar melhor na foto que quero fazer. Além do “tiro” ser mais certeiro, consigo contemplar mais a beleza e o momento. Já melhorei bem, mas segue na lista para aprimorar ainda mais, porque ainda tô longe. Sem contar que na hora de editar as fotos… ninguém aguenta!

5 – Comprar menos

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Por mais que freeshops e outlets raramente estejam nas minhas prioridades ou pontos de parada, eu adoro uma feirinha de artesanato ou lojinhas temáticas. E sou “a louca” do souvenir, gosto de trazer algo pra casa pra lembrar da viagem. Mas já deu rs. Não vou condenar aqui quem viaja e gasta horas ou até dias indo em busca de um produto ou melhores preços – não faz meu estilo, mas vai do gosto e da disposição de cada um.

Pra mim só não funciona mais aquela coisa de “ter que comprar algo daqui”. Não gostei? Achei caro? O mercado é longe de tudo? O dinheiro está acabando? Não levo e pronto. Há milhares de outras formas de guardar lembranças de uma viagem. O mesmo para lembrancinhas para amigos e família. Nas primeiras viagens, eu ficava tensa e procurando coisas para os outros, não podia faltar pra ninguém, eu sofria. Mas com o tempo foi ficando cara a brincadeira. Se não trombar com algo que seja a cara de uma pessoa, não compro mais. Em 2015 já super coloquei em prática, que continue assim.

6 – Comer e beber menos

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Aquele lema do “eu tô de férias, eu mereço” super se encaixa aqui também. Afinal, como deixar de comer uma pratada de macarrão, pedir sobremesa e beber um vinho incrível quando está em um lugar novo? Faz parte da experiência, eu mesma já disse centenas de vezes. E faz – só não faz parte se acabar de comer em quantidades absurdas e acima do seu padrão, porque “é férias e tudo bem”. Pelo menos não pra mim, pois o resultado depois não compensa e o discurso do “eu mereço” cai por terra. Olho no espelho e não acho que mereço, não. E bate o arrependimento.

O mesmo vale pra bebidas alcoólicas. Quantas manhãs perdidas em viagens eu já não tive por estar de ressaca? Algumas vezes são escolhas, quero curtir mais a noite do que o dia e tudo bem. Mas ainda assim ainda acho que dá para equilibrar melhor. Como? Bebendo menos e me estragando menos para o resto da viagem.

7 – Me arriscar mais

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Viajar é se abrir para o novo, certo? Então não adianta muita coisa ir para um lugar diferente para fazer as mesmas coisas de sempre, né? Mergulhar com cilindro, entrar na cachoeira gelada, voar de asa delta, comer insetos fritos, andar de patins, dançar forró… a lista pode ser infinita se você estiver disposto.

Às vezes nem sabemos o que poderíamos fazer de diferente, afinal sair da zona de conforto não é nada simples, muito menos automático. Mas se aparecer a chance, tente não desperdiçá-la. Pra mim ainda falta me arriscar mais na gastronomia. Sou chata para comer e queria me jogar mais, mas ainda assim tenho tentado experimentar pelo menos alguma coisa nova toda vez.

8 – Entrar no ritmo e na vibe do lugar

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Esse item acho que vale para qualquer viagem para um destino bem diferente, como países asiáticos ou árabes, onde o choque cultural é grande, mas eu pensei no assunto porque acabei de voltar do Nordeste, onde o ritmo das coisas é pelo menos cinco vezes mais lento que o de São Paulo, onde eu moro. E qual a tendência? Ficar puto, impaciente e irritado com tudo: as pessoas andando mais devagar, o prato do restaurante levando mais de uma hora para sair e por aí vai. Ou até entediado!

Bom, geralmente temos duas escolhas: ou a gente passa a viagem toda de mau humor ou entra no clima e relaxa. Eu sempre digo que sair e se desligar de São paulo demora uns bons dias, mas pra voltar é rapidinho. Então que tal aproveitar e desacelerar, tentar entender o novo ritmo, a forma com que as pessoas lidam com as coisas? Isso pode até trazer mudanças no seu dia-a-dia na volta das férias. Pra mim é sempre difícil o primeiro impacto, mas aos poucos vou me desligando e entrando no clima do lugar – e aí depois sofro tudo de novo quando volto pra São Paulo, mas tudo bem rs.

9 – Escrever sobre a viagem

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Quando comecei a viajar a trabalho, escrevia uma espécie de diário de bordo das viagens, tanto para guardar quanto para facilitar para escrever as matérias depois. Com o tempo, fui confiando na memória, gravando áudios, filmando, enfim, encontrei novas formas de registrar os acontecimentos e parei de escrever. E aí, como já se pode imaginar, muita coisa legal se perdeu 😦

Quero ver se retomo isso durante as viagens ou pelo menos escrever assim que voltar, seja pro blog ou num caderninho. O que já fiz algumas vezes foi anotar em tópicos as coisas mais importantes e já ajudou bem a refrescar a memória. Sei que na hora pode dar preguiça, mas no futuro vai ser uma delícia reler e relembrar cada história.

10 – Ser viajante na cidade onde moro

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Esse é o último item, mas para mim o um dos mais importantes. Acho que desde que comecei a fazer mais fotos já incorporei um pouco mais o espírito de turista na minha própria cidade: reparo mais nos detalhes, nos prédios, nos grafites, nas pessoas, nas cenas do dia-a-dia. Encontrar algo novo e inspirador é possível mesmo nessa São Paulo cinzenta – e aposto que em qualquer lugar do mundo.

Mas a meta pra 2016 não é só ficar flanando por aí, não. Quero ir em mais exposições, shows e curtir melhor o lado cultural da cidade, assim como fazemos quando vamos a um destino europeu, por exemplo. Minha lista de monumentos de São Paulo a visitar ainda é imensa, uma vergonha que preciso e vou corrigir esse ano.

E aí, se identificou com algum item? Discordou de alguma coisa? Tem sugestões? Comente aí! Aproveito e desejo a todos um ótimo ano novo, com muitas viagens pela frente ❤

Links na bagagem :: Leituras da semana #12

Mais uma rodada de links bacanas de viagem da semana. Os assuntos estão bem variados: tem dicas úteis, paisagens lindas, relato delícia de ler e, claro, para manter a tradição, filosofias de viagem – logo dois para gente fritar a cabeça ❤

Quanto custa viajar

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Minhas amigas Bruna e Dani me alertaram sobre esse site que calcula quanto se gasta em uma viagem de acordo com o destino. É aquela ferramenta que faltava para planejar melhor suas escapadas com mais precisão. Afinal, dá trabalho fazer uma simulação de gastos com alimentação e transporte, principalmente se você quer deixar a viagem mais solta e não vai programar t-o-d-o-s os passeios com antecedência.

Achei a navegação do site super fácil e intuitiva, com bastante informação de atrações e coisas para fazer em cada lugar. Os preços são uma média feita de acordo com as informações passadas por colaboradores. É assim: você viaja e depois e conta lá quanto gastou com cada coisa. Os itens avaliados são hospedagem, passagens, passeios e alimentação. Uma mão na roda!

Dez pensamentos sobre viagens – Viagem Sem Fim

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O blog de viagens do meu amigo Daniel começou com tudo, cheio de textos interessantes que trazem uma outra perspectiva sobre o tema. O primeiro deles é uma delícia de ler e é um belo manifesto: “A história que conhecemos do mundo são as histórias das viagens de alguém“. Esse do link acima já me ganhou porque reúne frases de escritores, poetas e pensadores sobre o ato de viajar. Uma das minha preferidas e fofinhas: “Viajar é trocar a roupa da alma”, do Mário Quintana ❤

Fotografias em timelapse transformam céu em pinturas impressionistas – Follow the Colours

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Para encher os olhos e a alma, uma galeria de imagens impressionante. Fotos que parecem pinturas impressionistas de paisagens por terem sido feitas num esquema de timelapse, uma sobreposição de várias fotografias em camadas – ainda não entendi bem como o designer Matt Moloy fez isso, sei que ficou assim, maravilhoso.

De caiaque na costa de Nápoles – Malaguetas

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Para quem curte arte urbana, design, fotografia e música… salva aí o Malaguetas no favoritos! A autora Estefani Medeiros, ex-colega de UOL, tá há um tempo morando em Berlim. E s rolês que faz pela Europa começaram a ganhar relatos bem bacanas. Esse texto aqui tá uma delícia de ler – ainda mais levando em conta o desafio que foi fazer esse passeio tendo algumas traumas por não saber nadar. Bravo! 🙂

The revolt against tourism – The New York Times

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Eu colocaria esse texto na minha categoria de links de filosofia, mas na verdade é uma matéria bem detalhada sobre o turismo no mundo e como os destinos regulam (ou não) suas atrações e adaptam sua estrutura para os visitantes. É que isso dá pano para a manga para pensar sobre como as pessoas viajam hoje em dia, o quanto o valor de uma viagem ficou inestimado perto de outros bens e por aí vai. O texto está em inglês, mas vale a pena se debruçar sobre ele 😉

33 genius travel accessories you didn’t know you needed – Buzzfeed

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Fones que cortam ruído, garrafa d’água com porta comprimidos e, o meu preferido, sutiã esconderijo são alguns dos itens da lista – e eu não sei vocês, mas eu realmente não sabia que existiam essas coisas! Vi a lista no Catraca Livre primeiro, mas a original é do Buzzfeed. Não sei se compraria essas coisas todas, mas dá super para adaptar algumas!