Pra começar o ano bem, nada como reciclar maus hábitos e aprimorar os que nos fazem bem, né? Pensando nisso, elaborei uma listinha de atitudes para me tornar uma viajante melhor. Eu curto aproveitar a virada para elencar os desejos para o ano seguinte ou até fazer um balanço do que passou. Acho que é terapêutico e ajuda a colocar as ideias e objetivos em ordem.
Coloquei na lista coisas que vivo prometendo que vou fazer – algumas já consegui um bom avanço, outras ainda estou devendo muito, mas acho que muita gente pode se identificar também. Veja aí se tem alguma que você também tá afim de cumprir 😉
1 – Pesquisar e planejar mais
Eu tenho a mania de “deixar acontecer naturalmente” nas viagens, como diz o clássico pagode. Por um lado é bom, claro, porque fico mais livre, as coisas fluem melhor, o efeito surpresa rola solto e respeito mais minhas vontades, sem ficar muito presa a um cronograma e ficar tensa por causa disso.
Mas esses benefícios vão até a página 2, porque acabo perdendo muita coisa legal: descubro um restaurante incrível, um cantinho diferente ou uma atração bacana já perto da volta, ou já em casa, ou descubro que precisava fazer reserva ou que o passeio só tem aos sábados e eu volto pra casa na sexta. Umas pataquadas assim, sabe? O desafio é combinar melhor planejamento com dias e horários livres. Ler mais sobre um lugar, mas não tanto a ponto de estragar algumas surpresas. Enfim, um dia eu chego lá!
2 – Economizar antes…
Old, but gold. Sem dinheiro não dá para viajar e ponto. Por mais que existam hostels, couch surfing e esquemas para mochileiros, é quase impossível cair na estrada sem um mínimo de planejamento financeiro. E isso tem que ficar como um alerta fixo na cabeça de quem não quer deixar de aproveitar férias e feriados. Economizar no cinema, nas compras, nos jantares, em shows, enfim, não tem como você querer fazer uma viagem grande e fodona sem sentir o impacto no seu dia a dia. Questão de prioridades.
3 – … e durante a viagem também!
É tão óbvio, mas tô eu aqui ainda fazendo a rycah e gastando muitas vezes sem pensar. Pensamentos como “tô de férias” ou “talvez nunca mais tenha uma chance dessas” acabam me levando a endividamentos desnecessários. Às vezes uma boa pesquisa já ajuda a encontrar jeitos mais econômicos de chegar a algum lugar. Paciência também é necessária – só assim para encontrar uma hospedagem mais barata, por exemplo. E as milhas hein? Você já sabe usar? Eu precisava aproveitar melhor os programas de milhagem para fazer valer a pena de verdade.
3 – Compartilhar menos, viver mais
Em tempos de Face, Insta, Snap, Periscope e sei lá mais quantas outras redes sociais, é quase irresistível postar uma foto do pôr-do-sol, do prato lindo que chegou pro jantar ou dos pés à beira da piscina. Até porque, temos que lidar com posts de gente linda, realizada e arrasando por aí todo dia. Quando chega sua vez de curtir seu auge, bate uma vontade de gritar pro mundo o quanto você está feliz, sim, ué!
Cada um cada um, mas comigo a sensação é que a internet me rapta e demora a me devolver pro mundo real. Eu entro para postar uma foto e de repente, passei meia hora lendo o que todo mundo postou, cliquei num link, abri o link relacionado, já vi um vídeo… e aí o sol já foi embora, o vento bateu e esfriou a água da piscina, enfim, perdi um momento único que não volta mais. Desconectar é super importante e faz toda a diferença em uma viagem, como já refleti neste post sobre Visconde de Mauá.
4 – Fotografar menos, contemplar mais
A ideia é bem parecida com a do item anterior, até porque quem está mega conectado também deve já cultivar o hábito de fotografar e registrar tudo e muito. Faço aqui meu mea culpa: eu tiro muita foto, mesmo. Sempre foi assim, mesmo antes de ter câmera mais profissa e estudar o negócio. Depois só piorou, entrou o lado perfeccionista de querer fazer a melhor foto, ir clicando, analisando e repetindo sem limites.
Cheguei ao ponto de observar cenas só através da câmera. Isso é péssimo e já venho trabalhando nisso, de refletir sobre uma foto sem o equipamento colado no olho, observar melhor o lugar, me permitir sentir o clima e pensar melhor na foto que quero fazer. Além do “tiro” ser mais certeiro, consigo contemplar mais a beleza e o momento. Já melhorei bem, mas segue na lista para aprimorar ainda mais, porque ainda tô longe. Sem contar que na hora de editar as fotos… ninguém aguenta!
5 – Comprar menos
Por mais que freeshops e outlets raramente estejam nas minhas prioridades ou pontos de parada, eu adoro uma feirinha de artesanato ou lojinhas temáticas. E sou “a louca” do souvenir, gosto de trazer algo pra casa pra lembrar da viagem. Mas já deu rs. Não vou condenar aqui quem viaja e gasta horas ou até dias indo em busca de um produto ou melhores preços – não faz meu estilo, mas vai do gosto e da disposição de cada um.
Pra mim só não funciona mais aquela coisa de “ter que comprar algo daqui”. Não gostei? Achei caro? O mercado é longe de tudo? O dinheiro está acabando? Não levo e pronto. Há milhares de outras formas de guardar lembranças de uma viagem. O mesmo para lembrancinhas para amigos e família. Nas primeiras viagens, eu ficava tensa e procurando coisas para os outros, não podia faltar pra ninguém, eu sofria. Mas com o tempo foi ficando cara a brincadeira. Se não trombar com algo que seja a cara de uma pessoa, não compro mais. Em 2015 já super coloquei em prática, que continue assim.
6 – Comer e beber menos
Aquele lema do “eu tô de férias, eu mereço” super se encaixa aqui também. Afinal, como deixar de comer uma pratada de macarrão, pedir sobremesa e beber um vinho incrível quando está em um lugar novo? Faz parte da experiência, eu mesma já disse centenas de vezes. E faz – só não faz parte se acabar de comer em quantidades absurdas e acima do seu padrão, porque “é férias e tudo bem”. Pelo menos não pra mim, pois o resultado depois não compensa e o discurso do “eu mereço” cai por terra. Olho no espelho e não acho que mereço, não. E bate o arrependimento.
O mesmo vale pra bebidas alcoólicas. Quantas manhãs perdidas em viagens eu já não tive por estar de ressaca? Algumas vezes são escolhas, quero curtir mais a noite do que o dia e tudo bem. Mas ainda assim ainda acho que dá para equilibrar melhor. Como? Bebendo menos e me estragando menos para o resto da viagem.
7 – Me arriscar mais
Viajar é se abrir para o novo, certo? Então não adianta muita coisa ir para um lugar diferente para fazer as mesmas coisas de sempre, né? Mergulhar com cilindro, entrar na cachoeira gelada, voar de asa delta, comer insetos fritos, andar de patins, dançar forró… a lista pode ser infinita se você estiver disposto.
Às vezes nem sabemos o que poderíamos fazer de diferente, afinal sair da zona de conforto não é nada simples, muito menos automático. Mas se aparecer a chance, tente não desperdiçá-la. Pra mim ainda falta me arriscar mais na gastronomia. Sou chata para comer e queria me jogar mais, mas ainda assim tenho tentado experimentar pelo menos alguma coisa nova toda vez.
8 – Entrar no ritmo e na vibe do lugar
Esse item acho que vale para qualquer viagem para um destino bem diferente, como países asiáticos ou árabes, onde o choque cultural é grande, mas eu pensei no assunto porque acabei de voltar do Nordeste, onde o ritmo das coisas é pelo menos cinco vezes mais lento que o de São Paulo, onde eu moro. E qual a tendência? Ficar puto, impaciente e irritado com tudo: as pessoas andando mais devagar, o prato do restaurante levando mais de uma hora para sair e por aí vai. Ou até entediado!
Bom, geralmente temos duas escolhas: ou a gente passa a viagem toda de mau humor ou entra no clima e relaxa. Eu sempre digo que sair e se desligar de São paulo demora uns bons dias, mas pra voltar é rapidinho. Então que tal aproveitar e desacelerar, tentar entender o novo ritmo, a forma com que as pessoas lidam com as coisas? Isso pode até trazer mudanças no seu dia-a-dia na volta das férias. Pra mim é sempre difícil o primeiro impacto, mas aos poucos vou me desligando e entrando no clima do lugar – e aí depois sofro tudo de novo quando volto pra São Paulo, mas tudo bem rs.
9 – Escrever sobre a viagem
Quando comecei a viajar a trabalho, escrevia uma espécie de diário de bordo das viagens, tanto para guardar quanto para facilitar para escrever as matérias depois. Com o tempo, fui confiando na memória, gravando áudios, filmando, enfim, encontrei novas formas de registrar os acontecimentos e parei de escrever. E aí, como já se pode imaginar, muita coisa legal se perdeu 😦
Quero ver se retomo isso durante as viagens ou pelo menos escrever assim que voltar, seja pro blog ou num caderninho. O que já fiz algumas vezes foi anotar em tópicos as coisas mais importantes e já ajudou bem a refrescar a memória. Sei que na hora pode dar preguiça, mas no futuro vai ser uma delícia reler e relembrar cada história.
10 – Ser viajante na cidade onde moro
Esse é o último item, mas para mim o um dos mais importantes. Acho que desde que comecei a fazer mais fotos já incorporei um pouco mais o espírito de turista na minha própria cidade: reparo mais nos detalhes, nos prédios, nos grafites, nas pessoas, nas cenas do dia-a-dia. Encontrar algo novo e inspirador é possível mesmo nessa São Paulo cinzenta – e aposto que em qualquer lugar do mundo.
Mas a meta pra 2016 não é só ficar flanando por aí, não. Quero ir em mais exposições, shows e curtir melhor o lado cultural da cidade, assim como fazemos quando vamos a um destino europeu, por exemplo. Minha lista de monumentos de São Paulo a visitar ainda é imensa, uma vergonha que preciso e vou corrigir esse ano.
E aí, se identificou com algum item? Discordou de alguma coisa? Tem sugestões? Comente aí! Aproveito e desejo a todos um ótimo ano novo, com muitas viagens pela frente ❤
Muito amor esse post! Eu preciso ir na contramão do primeiro item. Meu planejamento é completo, milimétrico e absurdo. Hahahaha! Tudo bem que nele também coloco momentos livres, que separo para fazer o que decidir na hora, mas quero experimentar uma viagem mais “deixa a vida me levar”. Já até prometi isso para o Bruno, mas falei que gostaria que fosse em algum destino que eu não tenho aquela vontade louca de conhecer, para não ficar frustrada se não conseguir ver algo que queria. Esse meu planejamento monstro surgiu justamente depois de uma viagem que não me planejei e acabei deixando de ver várias coisas importantes. Mas adorei a ideia de tirar menos fotos, por exemplo. Feliz ano novo, Dé! No fim do ano volta e bate os itens da lista! 😉