Paraíba :: Litoral sul

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Vista da Praia de Coqueirinho do alto de um mirante. Fotos do post: Débora Costa e Silva

O roteiro que fiz pelo litoral sul da Paraíba, pela Costa do Conde, foi bem mais dedicado à praias do que o do litoral norte e, confesso, gostei bem mais do que vi por lá! Conheci a nudista Tambaba e fiz um passeio bem divertido em um carro 4×4 por mirantes incríveis. Como já contei nos posts anteriores, fechei os roteiros com a Luck Receptivo e no programa deles esse tour é o “Praias da Costa do Conde – Litoral Sul”. Como é difícil descrever com precisão (e sem clichês) toda a beleza que vi, deixei o post bem recheado de fotos para vocês terem uma ideia 😉

:: LITORAL SUL ::

Praia Bela

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A primeira parada do roteiro é na Casa dos Doces, que vende quitutes caseiros típicos da região, como cocadas, rapaduras, doce de leite, de banana etc. Dali seguimos para a Praia Bela, que tem uma faixa de areia entre o rio Mucatu e o mar, ou seja, dá para curtir um pouco de água salgada e doce numa tacada só.

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Além do visual lindíssimo, os turistas que visitam a praia têm à disposição uma estrutura bacana para passar o dia, com direito ao serviço do restaurante instalado ali, que serve bebidas e comidinhas em seus quiosques. E o mar… é apenas maravilhoso!

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Penélope Charmosa

Muita gente já tinha comentado que esse passeio era imperdível, mas superou as minhas expectativas. Em um carro 4×4 cor de rosa, o guia Rodrigo – cujo nome artístico é Rodrigay – encarna a Penélope Charmosa, personagem do desenho animado “Corrida Maluca” (popular aqui no Brasil nos anos 70 e 80) e, também vestido de rosa dos pés à cabeça, leva turistas para mirantes pela Costa do Conde.

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Com oito pessoas a bordo, o guia-motorista percorreu a toda velocidade estradinhas de terra, contando piadas e histórias da região ao som de músicas de filmes e desenhos, como a da própria Corrida Maluca, Indiana Jones, Missão Impossível, entre outros.

Parece brega – e é um pouco mesmo, mas também por isso vale a pena. É pitoresco e um jeito divertido de conhecer o lugar, graças a criatividade do Rodrigo, que antes já fazia esse tour, mas após alguns anos resolveu incrementar a experiência.

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Vista panorâmica da Praia de Coqueirinho

Os mirantes, que são na verdade o ponto alto do passeio, revelam paisagens paradisíacas, dignas de cartão postal, vistas a partir de pontos privilegiados que os tours mais tradicionais não levam.

"Dedo de Deus" é um dos mirantes mais famosos e o nome foi dado por conta dessa formação rochosa de forma pontuda

“Dedo de Deus” é um dos mirantes mais famosos e o nome foi dado por conta dessa formação rochosa de forma pontuda

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O passeio partiu da Praia Bela, mas caso não faça o roteiro com a Luck, recomendo entrar em contato pela página do Facebook, marcar diretamente com ele e garantir seu lugar, porque é bem concorrido.

Tambaba

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Enquanto saímos para fazer o passeio da Penélope, o resto do grupo da excursão seguiu para Tambaba, famosa pela praia de nudismo, a primeira a ser tornar oficial no Nordeste. Lá não tem jeito de entrar só para observar: tem mesmo que tirar a roupa. O negócio é sério e tem até campeonato de surfe, o Tambaba Open de Surf Naturista.

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Mas quando chegamos lá, já estava no final do tour e tivemos pouco tempo para curtir a praia, então não consegui visitar o lado naturista nem mergulhar, mas ainda assim deu para apreciar o visual das piscinas naturais.

Praia de Coqueirinhos

A última e mais longa parada do passeio foi aqui, onde almoçamos no restaurante Tropicália, descansamos nas espreguiçadeiras e curtimos a praia. Rodeada por rochas vulcânicas, falésias e, como o próprio nome diz, coqueiros, a praia é deliciosa, água morna, areia fofa e bem tranquila.

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Só prepare o fôlego, porque para acessá-la é preciso descer um barranco íngreme e na hora de subir de volta, quem tiver exagerado no almoço, na cerveja ou nas caipirinhas vai sofrer um pouquinho :P.

Paraíba :: Litoral norte

Pôr do sol na Praia do Jacaré é uma das atrações mais famosas da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

Pôr do sol na Praia do Jacaré é uma das atrações mais famosas da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

Ao viajar para uma capital do Nordeste, os passeios mais populares geralmente são o city tour básico e uma visita às praias ao norte e ao sul da cidade. Não acho que seja por falta de atrativos do próprio destino, mas é que a capital acaba sendo a porta de entrada para quem quer conhecer um pouco de tudo que o estado oferece. Quando estive em João Pessoa, visitei um pedacinho do litoral sul e do litoral norte e adorei, deu para curtir uma variedade maior de atrações. Claro que muitas outras praias ficaram de fora, mas a vida é assim, temos que fazer escolhas que estejam de acordo com o tempo e a verba disponível rs.

Como já contei no primeiro post sobre a viagem à Paraíba, fechei os passeios com a Luck Receptivo e o que mais gostei foi que eles oferecem experiências exclusivas e diferentes para seus clientes. Aí vão mais detalhes sobre os primeiros passeios:

:: LITORAL NORTE ::

Com duração de um dia, o roteiro tem algumas paradas menores, como o Marco Zero da rodovia Transamazônia (nem descemos do ônibus, o pessoal da excursão fez foto da janela mesmo) e o outlet Meggashop, que vende roupas, acessórios e calçados esportivos. Vamos às principais atrações:

Projeto Tartarugas – praia de Intermares

Praia de Intermares, onde as tartarugas marinhas depositam seus ovos. Foto: Débora Costa e Silva

Praia de Intermares, onde as tartarugas marinhas depositam seus ovos. Foto: Débora Costa e Silva

A primeira parada foi para conhecer o projeto Tartarugas Urbanas – Guajiru, uma ONG que preza pela proteção dos ninhos de tartaruga depositados na praia. Os turistas assistem a uma rápida palestra da bióloga Rita Mascarenhas, diretora do grupo, que explica como funciona o trabalho. Os voluntários protegem os ninhos, ajudam no parto dos filhotes, fazem salvamentos e, claro, lutam pela preservação da praia para que as tartarugas continuem voltando para ter seus filhotes ali em segurança.

Praia em Cabedelo

Praia em Cabedelo, uma das paradas do passeio pelo litoral norte da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

Praia em Cabedelo, uma das paradas do passeio pelo litoral norte da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

No município de Cabedelo, fizemos uma longa parada no restaurante Lovina, na praia da Ponta de Campina. A comida e o serviço estavam na média, mas o que chama a atenção é o espaço em si, já que oferece uma boa estrutura para quem vai passar o dia, como banheiros, duchas, lojinhas e amplo espaço em tendas para descanso na sombra. De areia fofa, a praia ali é tranquila, limpa e gostosa para caminhar.

Fortaleza de Santa Catarina

Foto: Débora Costa e Silva

Foto: Débora Costa e Silva

Construída em 1586 em madeira e taipa para proteger a região, a fortaleza fica em uma área elevada de Cabedelo – que significa ponta de areia ou pequeno cabo. Por ter sido refeita mais de cinco vezes, sua estrutura preserva características de diferentes épocas. Além disso, é um local histórico por ter sido palco de lutas contra os invasores holandeses no Nordeste na época do Brasil Colônia. A fortaleza conta com um belíssimo mirante com canhões apontando para o mar, capela, prisão e alojamentos, que abrigam obras de arte e gravuras da época.

Foto: Débora Costa e Silva

Foto: Débora Costa e Silva

Praia do Jacaré + Bolero de Ravel

Um dos programas mais famosos e turísticos da Paraíba é assistir o pôr do sol na Praia do Jacaré, que na verdade não é bem uma praia, e sim o belíssimo rio Paraíba. O nome jacaré também engana. Ao contrário do que a maioria pensa, ali não havia jacarés – apesar de que hoje algumas estátuas do animal decoram a orla e chamam a atenção dos turistas. O nome foi dado porque anos atrás havia uma espécie de hidroporto, onde pousavam aviões menores e quando isso acontecia, formava-se uma onda com a aparência de uma boca aberta, daí a relação com o bicho.

Jurandir do Sax se apresentando no catamarã. Foto: Débora Costa e Silva

Jurandir do Sax se apresentando no catamarã. Foto: Débora Costa e Silva

A grande atração fica por conta do músico conhecido como “Jurandir do Sax“. Há 23 anos, ele executa a música “Bolero de Ravel” durante o pôr do sol e, nos últimos 16 anos, vem promovendo o espetáculo diariamente em uma canoa. Ele já ultrapassou as 5 mil apresentações e continua sendo aguardado por turistas que visitam o local. Fiquei pensando: como será tocar a mesma música todos os dias no mesmo horário? Diz ele que cada apresentação é única e tem sua emoção própria.

Achei bonito vê-lo surgir em seu barquinho no horizonte, em meio às águas iluminadas pelo sol. Por outro lado, me incomodei com toda a encenação que faz parte do pacote: o guia do catamarã anunciando sua chegada pelo microfone, uma batida eletrônica marcando o ritmo da música tocando ao fundo e os turistas se aglomerando para fazer fotos e vídeos. Como toda atração que começa autêntica e ganha popularidade, essa também acabou virando um espetáculo “para turista ver”. Ainda assim recomendo por ser algo tão único, inusitado e, para quem entra no clima e consegue se isolar da muvuca de turistas, emocionante também.

No local há diversas lojinhas que vendem suvenires, roupas, artesanato, doces e comidas típicas. Até julho de 2015, havia também bares e restaurantes no píer, mas eles tiveram que ser fechados e demolidos, pois estavam instalados de forma irregular. Quando estivemos lá, todo o trecho estava passando por reformas.

A história é bastante polêmica e os donos dos bares ficaram revoltados. Bem ou mal, os estabelecimentos eram uma opção para quem quisesse apreciar o pôr do sol com o “Bolero de Ravel” tocando ao fundo enquanto comia um petisco sentado a uma mesa. Se por um lado ficou mais democrático e todos podem curtir a vista do rio gratuitamente, por outro a única opção que sobrou para quem quer um pouco de conforto foi o passeio de catamarã.

No nosso caso, o catamarã já fazia parte do pacote e achei que valeu a pena. Enquanto navegávamos pelo rio, ouvimos do guia as histórias da praia do Jacaré, assistimos a uma violinista tocar músicas típicas e os mais animados se jogaram em uma quadrilha com um casal vestido de Maria Bonita e Lampião que animava o público. O diferencial oferecido pela operadora foi que, ao final da execução do “Bolero de Ravel”, o Jurandir subiu em nossa embarcação e tocou mais algumas músicas. Quem estava no mirante podia ouvir também, graças ao sistema de áudio do artista, mas ainda assim tivemos a chance de vê-lo de perto.

Desabafo :: Reserva #fail e mau atendimento em pousada

tumblr_inline_norip93Ury1qc22fu_500 No mundo cor-de-rosa do turismo, tudo é divino, maravilhoso: praias paradisíacas, comidas típicas, museus a céu aberto, ahhh viajar é tudo de bom né? É, quase sempre, quando não damos o azar de ter imprevistos, passar perrengues e ser mal atendidos, tá tudo certo. Coisas assim podem estragar uma viagem que tinha tudo para ser incrível e acaba virando inesquecível só que pelos motivos errados. Foi o que (quase) aconteceu neste último fim de semana em que estive em Ubatuba. A organização da corrida que eu e meu namorado fomos fotografar havia reservado duas noites para a gente na Pousada Praia de Itamambuca. Na sexta-feira, antes de sair de São Paulo, ligamos para confirmar e pegar o endereço certinho, mas o dono do estabelecimento alegou que não sabia de reserva nenhuma. Disse que o responsável pelas parcerias com as hospedagens sempre avisava as coisas em cima da hora, que estava cansado disso e não iria nos hospedar naquela noite. Estranhamos e achamos melhor viajar só no dia seguinte. tumblr_m9c5h19rVH1r835q9 No sábado, já no local do evento, o pessoal da organização confirmou que a reserva havia sido feita, sim, para os dois dias nesta pousada em questão. Que estranho. Bom, ok, perdemos uma manhã de praia, mas tá bom. Após o trabalho, chegamos na pousada à noite. Na recepção vazia, havia uma placa pedindo para tocar um sino caso não houvesse ninguém. Tocamos e logo em seguida apareceu o dono. “Vocês que ligaram ontem?”, perguntou. “Sim, sou o fotógrafo da corrida de amanhã”, disse meu namorado. E então ele esbravejou e começou a falar absurdos. Disse que já estava indo dormir, que não estava sabendo de nenhuma reserva em nosso nome. Dissemos então o nome do responsável pela reserva e ele disse que esse cara vira e mexe fazia isso, de não avisar as coisas com antecedência, mas que não ia ligar para ele para confirmar nada, e nem queria que ligássemos, pois ele NÃO ia nos hospedar. tumblr_inline_npqyqcrsUu1qc22fu_500 Disse inclusive que tinha até quarto vago, mas que ele não ia abrir o escritório e mexer no controle das hospedagens aquela hora. Disse que trabalhou o dia inteiro, que dirigiu sei lá quantos quilômetros e que estava cansado. Nos acusou de estar aplicando um golpe de tentar se hospedar de graça, mas mal nos deu chance de explicar nossa história. Ele não queria saber. Inclusive disse: “eu não sei quem são vocês!” E tudo isso gritando! Eu disse que nós estávamos numa situação complicada, pois também estávamos ali a trabalho, também nos foi prometido aquela hospedagem e agora não tínhamos onde ficar. Então pedimos uma indicação a ele, e ele se NEGOU a indicar outra pousada. “A rua tá cheia de pousada, procurem! Eu não vou indicar lugar nenhum!” tumblr_mkqimsIvr61ruw1vso1_500 Disse também que ali não era uma pousada comum, era uma hospedagem para amigos e pessoas de confiança. Ora, não era então o caso de tirar a placa “Pousada”? Pois em QUALQUER hospedagem que se vá pedir um lugar para dormir, as pessoas são tratadas de outro jeito. Ele poderia não saber da reserva por uma falha de comunicação entre a organização do evento? Poderia. Mas se ele fosse minimamente educado, ele nos daria a chance de ligar para a pessoa responsável e pedir uma explicação. Ele não nos permitiu fazer isso. Ele poderia dizer que não aceitaria nos hospedar com cortesia? Claro, e poderia ter nos dito o valor da diária e nós pagaríamos. Ele poderia não querer nos hospedar ou até não ter quartos? Sim, e nós entenderíamos, se ele não tivesse sido grosso e pudesse até nos indicar um outro lugar. giphy Além de ter tratado mal pessoas que, como ele bem falou, “não sabe quem são”, ele ainda perdeu clientes e uma bela chance de ganhar mais recomendações. Ele realmente não sabe quem somos, se somos influentes, se somos sacanas, se somos pessoas do bem…. Enfim, ele descontou toda a raiva dele em mim e no meu namorado! Nós não temos culpa de que um dia, talvez, ele tenha sido sacaneado. Uma pena, a sorte é que estávamos de bom humor, não criamos confusão, saímos de lá e com a ajuda do garçom do restaurante Padang, conseguimos nos hospedar na Pousada Marthi, onde tivemos uma experiência ótima e uma lição de vida: não deixe que o mau humor dos outros e as más atitudes estraguem sua viagem. Nesse mundo há de tudo: pessoas que te expulsam de um lugar à noite, e pessoas que te acolhem. Alguém aí já ficou sem ter onde dormir em uma viagem por ter tido um problema com a reserva, por falha de comunicação ou qualquer outra situação bizarra como esta? Conte aí nos comentários ou me escreva! Vou selecionar as melhores (e/ou piores) e publicar por aqui. Turistas unidos jamais serão vencidos 😛

Como

Como eu me sinto quando sou mal atendida e perco minha hospedagem