Paraíba :: Litoral norte

Pôr do sol na Praia do Jacaré é uma das atrações mais famosas da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

Pôr do sol na Praia do Jacaré é uma das atrações mais famosas da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

Ao viajar para uma capital do Nordeste, os passeios mais populares geralmente são o city tour básico e uma visita às praias ao norte e ao sul da cidade. Não acho que seja por falta de atrativos do próprio destino, mas é que a capital acaba sendo a porta de entrada para quem quer conhecer um pouco de tudo que o estado oferece. Quando estive em João Pessoa, visitei um pedacinho do litoral sul e do litoral norte e adorei, deu para curtir uma variedade maior de atrações. Claro que muitas outras praias ficaram de fora, mas a vida é assim, temos que fazer escolhas que estejam de acordo com o tempo e a verba disponível rs.

Como já contei no primeiro post sobre a viagem à Paraíba, fechei os passeios com a Luck Receptivo e o que mais gostei foi que eles oferecem experiências exclusivas e diferentes para seus clientes. Aí vão mais detalhes sobre os primeiros passeios:

:: LITORAL NORTE ::

Com duração de um dia, o roteiro tem algumas paradas menores, como o Marco Zero da rodovia Transamazônia (nem descemos do ônibus, o pessoal da excursão fez foto da janela mesmo) e o outlet Meggashop, que vende roupas, acessórios e calçados esportivos. Vamos às principais atrações:

Projeto Tartarugas – praia de Intermares

Praia de Intermares, onde as tartarugas marinhas depositam seus ovos. Foto: Débora Costa e Silva

Praia de Intermares, onde as tartarugas marinhas depositam seus ovos. Foto: Débora Costa e Silva

A primeira parada foi para conhecer o projeto Tartarugas Urbanas – Guajiru, uma ONG que preza pela proteção dos ninhos de tartaruga depositados na praia. Os turistas assistem a uma rápida palestra da bióloga Rita Mascarenhas, diretora do grupo, que explica como funciona o trabalho. Os voluntários protegem os ninhos, ajudam no parto dos filhotes, fazem salvamentos e, claro, lutam pela preservação da praia para que as tartarugas continuem voltando para ter seus filhotes ali em segurança.

Praia em Cabedelo

Praia em Cabedelo, uma das paradas do passeio pelo litoral norte da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

Praia em Cabedelo, uma das paradas do passeio pelo litoral norte da Paraíba. Foto: Débora Costa e Silva

No município de Cabedelo, fizemos uma longa parada no restaurante Lovina, na praia da Ponta de Campina. A comida e o serviço estavam na média, mas o que chama a atenção é o espaço em si, já que oferece uma boa estrutura para quem vai passar o dia, como banheiros, duchas, lojinhas e amplo espaço em tendas para descanso na sombra. De areia fofa, a praia ali é tranquila, limpa e gostosa para caminhar.

Fortaleza de Santa Catarina

Foto: Débora Costa e Silva

Foto: Débora Costa e Silva

Construída em 1586 em madeira e taipa para proteger a região, a fortaleza fica em uma área elevada de Cabedelo – que significa ponta de areia ou pequeno cabo. Por ter sido refeita mais de cinco vezes, sua estrutura preserva características de diferentes épocas. Além disso, é um local histórico por ter sido palco de lutas contra os invasores holandeses no Nordeste na época do Brasil Colônia. A fortaleza conta com um belíssimo mirante com canhões apontando para o mar, capela, prisão e alojamentos, que abrigam obras de arte e gravuras da época.

Foto: Débora Costa e Silva

Foto: Débora Costa e Silva

Praia do Jacaré + Bolero de Ravel

Um dos programas mais famosos e turísticos da Paraíba é assistir o pôr do sol na Praia do Jacaré, que na verdade não é bem uma praia, e sim o belíssimo rio Paraíba. O nome jacaré também engana. Ao contrário do que a maioria pensa, ali não havia jacarés – apesar de que hoje algumas estátuas do animal decoram a orla e chamam a atenção dos turistas. O nome foi dado porque anos atrás havia uma espécie de hidroporto, onde pousavam aviões menores e quando isso acontecia, formava-se uma onda com a aparência de uma boca aberta, daí a relação com o bicho.

Jurandir do Sax se apresentando no catamarã. Foto: Débora Costa e Silva

Jurandir do Sax se apresentando no catamarã. Foto: Débora Costa e Silva

A grande atração fica por conta do músico conhecido como “Jurandir do Sax“. Há 23 anos, ele executa a música “Bolero de Ravel” durante o pôr do sol e, nos últimos 16 anos, vem promovendo o espetáculo diariamente em uma canoa. Ele já ultrapassou as 5 mil apresentações e continua sendo aguardado por turistas que visitam o local. Fiquei pensando: como será tocar a mesma música todos os dias no mesmo horário? Diz ele que cada apresentação é única e tem sua emoção própria.

Achei bonito vê-lo surgir em seu barquinho no horizonte, em meio às águas iluminadas pelo sol. Por outro lado, me incomodei com toda a encenação que faz parte do pacote: o guia do catamarã anunciando sua chegada pelo microfone, uma batida eletrônica marcando o ritmo da música tocando ao fundo e os turistas se aglomerando para fazer fotos e vídeos. Como toda atração que começa autêntica e ganha popularidade, essa também acabou virando um espetáculo “para turista ver”. Ainda assim recomendo por ser algo tão único, inusitado e, para quem entra no clima e consegue se isolar da muvuca de turistas, emocionante também.

No local há diversas lojinhas que vendem suvenires, roupas, artesanato, doces e comidas típicas. Até julho de 2015, havia também bares e restaurantes no píer, mas eles tiveram que ser fechados e demolidos, pois estavam instalados de forma irregular. Quando estivemos lá, todo o trecho estava passando por reformas.

A história é bastante polêmica e os donos dos bares ficaram revoltados. Bem ou mal, os estabelecimentos eram uma opção para quem quisesse apreciar o pôr do sol com o “Bolero de Ravel” tocando ao fundo enquanto comia um petisco sentado a uma mesa. Se por um lado ficou mais democrático e todos podem curtir a vista do rio gratuitamente, por outro a única opção que sobrou para quem quer um pouco de conforto foi o passeio de catamarã.

No nosso caso, o catamarã já fazia parte do pacote e achei que valeu a pena. Enquanto navegávamos pelo rio, ouvimos do guia as histórias da praia do Jacaré, assistimos a uma violinista tocar músicas típicas e os mais animados se jogaram em uma quadrilha com um casal vestido de Maria Bonita e Lampião que animava o público. O diferencial oferecido pela operadora foi que, ao final da execução do “Bolero de Ravel”, o Jurandir subiu em nossa embarcação e tocou mais algumas músicas. Quem estava no mirante podia ouvir também, graças ao sistema de áudio do artista, mas ainda assim tivemos a chance de vê-lo de perto.

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