Ao programar a viagem, fiquei toda orgulhosa que minha irmã tinha pesquisado algumas coisas e fazia questão de ir a casa-museu de Anne Frank em Amsterdã. Achei que ela estivesse influenciada pelo livro “Diário de Anne Frank”, mas na verdade era tudo culpa das estrelas. Explico: o museu é um dos lugares visitados pelo casal protagonista do livro/filme “A Culpa é das Estrelas”, o preferido da minha irmã.
A casa é nada mais nada menos do que o esconderijo onde Anne Frank viveu por dois anos escondida dos nazistas, de 1942 a 1944. A garota judia dividiu o sótão (o anexo secreto) com mais sete pessoas, incluindo membros de sua família. O final da história é triste: o local foi descoberto e todos foram enviados para campos de concentração.
O que a ajudou a suportar este período escondida foi escrever em seu diário, que após o fim da guerra, em 1947, foi publicado por seu pai, Otto Frank, o único sobrevivente da família. A escrita foi sua grande aliada e válvula de escape – nos seus relatos ela confidencia o sonho de se tornar escritora. No fim das contas, sua história acabou se tornando uma das mais emblemáticas da Segunda Guerra Mundial e o diário é um dos livros mais traduzidos no mundo todo.
A visita
Por ser uma das principais atrações turísticas de Amsterdã, eu e minha irmã fomos prontas para enfrentar fila e realmente não teve como escapar: ficamos uma hora debaixo do sol, mas ok, acabou passando rápido. Pelo menos dava para usar o Wi-Fi do museu e se distrair durante a espera.Só de estar no exato local onde Anne viveu já dá para sentir uma carga forte de emoção. A casa está bastante preservada e alguns ambientes foram recriados com objetos e mobília da época para que os visitantes tenham uma noção de como era a vida ali. Outro elemento que ajuda nesse sentido são as escadas, que se mantêm como na época: de madeira, íngremes e com degraus bem estreitos – o que dificulta a visita para quem utiliza cadeira de rodas ou tem mobilidade reduzida.
Em alguns espaços há monitores exibindo vídeos sobre a Anne, a guerra, o genocídio e entrevistas com personagens importantes de sua história e exposições permanentes (que exibem fotos e trechos do diário original) e temporárias sobre a história do nazismo. A casa mantém boa parte da estrutura original, mas ganhou espaços anexos mais modernos, que abrigam lojinha, biblioteca e lanchonete e são integrados de uma forma bem bacana à estrutura já existente.
Saímos de lá bem emocionadas e toda vez que lembro dessa visita, como agora escrevendo o post, me sinto em débito com a Anne Frank por não ter lido seu diário até o fim. Por mais batida e conhecida que seja essa história, não deixa de ser uma baita história. E é lindo de ver que transformaram este local, cenário de tanta dor e sofrimento, em um museu tão bem cuidado e cheio de informação.
Vai lá
Endereço: A casa fica no canal Prinsengracht, nºs 263-267
Entrada paga. Os ingressos podem ser comprados com antecedência pelo site.
Áudio guia em até 12 idiomas
Mais informações: http://www.annefrank.org/pt/
Fotos: Reprodução do site annefrank.org