Eu e a Luana, minha irmã companheira de viagem, deixamos o rolê pro terceiro e último dia, quando estávamos mais íntimas da cidade – e já habituadas em ouvir as buzininhas de sininho de alguns ciclistas quando acabávamos atrapalhando o trânsito deles. Aliás, essa foi a maior e acho que única dificuldade por lá. É muita, muita, muuuuita bicicleta!
É lindo? Claro que é – mas dá um pouco de medo. Ainda mais pra quem anda de bike de vez em nunca – como era o meu caso. Quase não dá tempo de relembrar como é mesmo que funciona o negócio, porque rapidinho você já tem que entrar no fluxo e no ritmo da galera. E dá-lhe sininhos na orelha te acelerando! Até pra minha irmã, que anda bastante de bicicleta no Rio, rolou uma estranheza com o congestionamento.
Mas passado o primeiro impacto, eu logo me acostumei e comecei a curtir. A cidade é plana, as ciclovias estão em ótimas condições, tem sinalização, enfim, tudo contribui para circular por Amsterdã tranquilamente sobre duas rodas.
E a sensação é de dominar a cidade! Eu senti um misto de liberdade com poder, explorando aquilo tudo com uma intimidade e confiança como se eu já conhecesse tudo por ali! É isso, a gente se sente parte do lugar, rola uma integração muito forte que é até difícil de explicar.
E se por um lado a quantidade de bikes assusta, por outro é o que faz a experiência ficar ainda mais bacana, porque você está sempre acompanhado. Mesmo tarde da noite, você cruza com uma galera de bike pra cima e pra baixo, rola uma cumplicidade. Sem contar o fator segurança: aqui em São Paulo eu até ando à noite, mas to sempre alerta e evito lugares muito desertos – quando não tem jeito, acelero o máximo que dá. Em Amsterdã isso não é problema, né? Uma preocupação a menos, que faz com que a experiência fique ainda mais leve e prazerosa.
Tá, legal, mas e aí, vamos ao que interessa?
Num dos primeiros passeios pela cidade já vimos várias bikes vermelhinhas da MacBike, que aluga bicicletas, e recorremos a ela. Acho que deve ser a loja mais famosinha mesmo por lá. Fechamos um pacote de 24 horas para não termos que nos preocupar em ter que devolver com pressa e também porque valia mais a pena financeiramente. Dei uma olhada no site e esse período custa cerca de 15 euros – enquanto 3 horas já dão 11 euros. Resolvemos também pagar o seguro, que era de 3 euros por dia pra nos prevenir de possíveis inconvenientes, escolhemos a bike e pronto! Vamos ao pedal! \o/
As bicicletas estavam em ótimo estado e foi super tranquilo de manusear, mesmo para quem, como eu, não brincava de pedalar há uns bons anos. Eles deram dois tipos de trancas: um cadeado e uma corrente pra poder enganchar quando for estacionar. E para ter uma ideia da segurança, estacionamos nossas bikes à noite na rua, em frente ao hotel, e tudo bem: acordamos e lá estavam elas, bonitinhas, no mesmo lugar, sem pneu furado, tudo perfeito. Pode parecer desnecessário, mas acho importante ressaltar isso. É tranquilo, confie 😉
Por onde andei
Pegamos nossa bike na loja mais próxima, que no caso era a MacBike da Central Station, e seguimos para o Rijksmuseum. Após passar por vários canais, estacionamos em frente ao museu e fomos dar uma volta e ver as exposições em cartaz.
Depois seguimos para a praça onde tem aquele letreiro gigantesco IAmsterdã e ficamos ali um tempão na beira do lago, tomando sol e aproveitando o wi-fi (sim, também somos filhas de Deus).
De lá fomos ao Vondelpark, que fica pertinho e onde foi uma delícia pedalar. Deitamos na grama e passamos a tarde ali curtindo um som, na sombra, no maior clima de piquenique, com direito a hot dog e muffin à la Amsterdã de sobremesa :P.
Por fim, fomos tomar um café ali perto pra dar uma acordada e tocamos para o bairro Joordan procurar um lugar bacana para jantar – afinal, era o aniversário da Luana e a gente merecia um banquete pra fechar o dia em alto estilo (mas é post de bike ou de comida isso aqui?).
Nessa parte do rolê, confesso que fiquei meio tensa: a gente caiu numas ruazinhas bem vazias e escuras – pelo visto errei bem a mira do lugar que parecia ser super badalado à noite. Mas não deu nada, a única coisa que mudou foi a atenção redobrada por conta da má iluminação. De resto tranquilo.
No dia seguinte, fomos devolver as bikes já saudosas. A volta a pé foi tão mais longa e sem graça que nos questionamos por que fomos deixar para alugar só no último dia! A gente se acostumou a andar a pé, mas de bicicleta dava para ir mais longe, mais rápido, além de ser bem mais divertido. Achava que era bom dar uma ambientada antes, mas no fim acho que conhecemos melhor a cidade e sua dinâmica pedalando do que de qualquer outro jeito. Fica a dica pras próximas 😉
Fotos do post: Débora Costa e Silva – a que eu apareço foi feita pela Luana Kaiser, obviamente
Nossa viajei junto na leitura…