
André curtindo o visual da Noruega, em uma das centenas de viagens que já fez a bordo de um navio de cruzeiro. Foto: Arquivo Pessoal
Depois de fazer um pouco de tudo e trabalhar em hotéis, eventos e até fazendo malabares nos semáforos de São Paulo, o André começou a fazer animação em navios inspirado pelo irmão mais velho, o Fausto, que já trabalhava com isso (que inclusive, já teve sua história contada aqui no blog, junto com a da Jacque, sua namorada <3).
Como o dom para o humor tá mesmo no sangue, ele também construiu sua carreira fazendo esquetes de comédia e animando os passageiros. Namora há 4 anos a Francesca, italiana que trabalha na mesma área e é sua companheira de viagem. Depois de ter sido promovido a chefe de animação, chegou a participar de viagens para lugares mais inusitados, como Rússia, Escandinávia e China.
De sua primeira viagem pra cá muita coisa mudou. Quando começou, André mal falava inglês e hoje, além dessa língua, também fala italiano, espanhol, alemão, francês e chegou até a estudar mandarim! Ele aproveitava o tempo livre para fazer cursos ou, quando não conseguia, estudava por conta com ajuda de livros ou pela internet.Para alguém como o André, nada mais natural do que marcar na pele um pouco das experiências que teve ao redor do mundo. Ele já fez três tatuagens que se relacionam com viagens – uma delas, inclusive, é um mapa-múndi. Leia abaixo a entrevista:
Quantas tatuagens você tem? Quando e onde foram feitas?
Eu tenho três tatuagens: um mapa-múndi na costela do lado direito, um símbolo embaixo do peito, do lado esquerdo, e uma palavra em tailandês no pé direito. A do pé foi a primeira que fiz, na ilha de Koh Tao, na Tailândia, as outras duas fiz no Japão, na cidade de Fukuoka. A escolha dos lugares do corpo foi mais pensando onde poderia esconder, porque no meu trabalho não posso mostrar, então fica meio restrito. E cada uma delas representa um momento ou algo muito marcante na minha vida.
Qual a história dessa que você fez na Tailândia? Foi feita com bambu?
Sim! A Tailândia é um dos lugares mais bonitos que eu já visitei na vida e percebi que meu sonho é poder levar minha família para lá um dia para verem tudo o que vi. Apesar da cultura deles ter uma coisa com o pé, não pode tocar porque eles veem como algo impuro, nós ocidentais não temos essa crença e escolhi fazer a tatuagem no pé mesmo, até por conta da limitação de locais do corpo para fazer isso. Escrevi Krop Krua, que quer dizer família em tailandês.
A do mapa-múndi, você pensou em pintar os países que visitou?
Não, eu já pensei nela sendo só o contorno mesmo. A tattoo não é tão grande para pintar os países, ia ficar esquisito um pouco pintado e um pouco não. Então preferi fazer assim, além do que também fica mais bonita, mais delicada.
Qual o significado da terceira tattoo (símbolo no peito)?
A história é longa rs, mas são traços que simbolizam o número 333. O número três está presente em várias culturas e religiões [muitos atribuem a trindade cristã – Pai, Filho e Espírito Santo – ou “começo, meio e fim”]. Eu acredito que todas as coisas estão conectadas, acho que está tudo interligado de algum jeito, a gente só não conseguiu ainda relacionar e encontrar o sentido. É meio doideira, mas é o que eu acredito.
Quando fui trabalhar na China, dei um rolê por outros países da Ásia e encontrei um amigo que é bem místico, faz meditação, viagem astral etc. Ele disse que tinha uma mensagem pra mim, que recebeu através de um sonho, e falou para eu guardar o número “333”. Uns dias antes, tinha comprado uma cerveja vietnamita que tinha esse número e fiquei de cara quando ele falou, achei muita coincidência! Sem contar que na hora que tivemos a conversa estávamos em três, meu irmão também estava.
Corta a cena e volta para uma outra história. Eu e mais dois amigos (3 novamente rs), tínhamos vontade de fazer uma tatuagem juntos e a gente tem uma ligação muito forte com as pirâmides, estudamos sobre e tal. Não sabíamos bem ainda o que fazer, se seriam três pirâmides, uma dentro da outra, enfim. Depois do lance do sonho do meu amigo, decidi marcar isso na pele e ele falou que seria bacana fazer no peito, por conta de um ponto energético. Também achei que fazer pirâmides ou os números não seria o ideal, então fiz os tracinhos. Uma tatuagem muito simples, mas com um mega significado e relaciona tudo isso.
Não sei se é uma piração minha, mas se for, é muita coincidência rs. E claro, a partir daí, comecei a reparar e ver o “333” em muitas coisas, até na data do meu aniversário (06/03)! [E acredite se quiser: nesse momento, durante a entrevista, olhamos pro lado e vimos da janela do café onde estávamos um carro com a placa 333!!! :O]
***E você, tem alguma tatuagem que tenha sido inspirada por alguma viagem? Conte a sua história também! Mande para papetespelomundo@gmail.com
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