Nova York :: Coney Island

Praia de Coney Island, com a roda gigante clássica ao fundo. Foto: Débora Costa e Silva

Praia de Coney Island, com a roda gigante clássica ao fundo. Foto: Débora Costa e Silva

Ao chegar em Coney Island, a sensação é de ter saído de um túnel do tempo e desembarcado na década de 50, vendo todas as fachadas de lojas vintages, tudo muito colorido em harmonia com o céu azul e a maresia. Não fossem os carros novos e as pessoas tirando fotos com smartphones nas ruas, a fantasia poderia ser ainda mais verossímil, porque até a trilha sonora era retrô, com rocks e baladas dos anos 60 tocando nos auto-falantes de uma das lanchonetes.

Primeira fachada que vemos ao sair do metrô de Coney Island. Foto: Débora Costa e Silva

Primeira fachada que vemos ao sair do metrô de Coney Island. Foto: Débora Costa e Silva

Localizada no Brooklyn, a cerca de uma hora do centro da ilha de Manhattan, a praia é famosa por abrigar parques de diversões desde o século 19 e se tornou um destino bastante popular para os americanos. Foi lá onde fizeram os primeiros testes para desenvolver montanhas russas e ainda hoje pode-se ver as históricas Thunderbol (inaugurada em 1925, chegou a aparecer no filme “Annie Hall”, do Woody Allen, foi demolida e depois reconstruída) e a Cyclone, que data de 1927, é feita de madeira e brilhou no clip “XO” da Beyoncé.

Soarin Eagle, um dos brinquedos radicais de Coney Island. Foto: Débora Costa e Silva

Soarin Eagle, um dos brinquedos radicais de Coney Island. Foto: Débora Costa e Silva

O destino também ficou famoso pelas atrações bizarras do Dreamland Circus Sideshow, considerado o primeiro circo de horrores do país, com anões, índios e outros personagens. Pra ter uma ideia de como era Coney Island durante seu auge, fica a dica de um filme bem fofo, “O Pequeno Fugitivo”, dos anos 50, que mostra o lugar do ponto de vista de um garotinho que passa o dia no parque se deliciando com os brinquedos e doces (trailer abaixo).

Após um incêndio nos anos 60 e a inauguração da Disneylândia, iniciou-se um período de decadência do destino. Nos últimos anos, passou por revitalizações, que se intensificaram após a passagem desoladora do furacão Sandy em 2012, e agora conta com atrações mais modernas mas que mantêm seu charme vintage.

O que fazer por lá

Antes de contar um pouquinho do meu passeio, a primeira dica é: vá durante a semana. Tive uma experiência incrível, bem tranquila e curti bastante o lugar e imagino que aos sábados e domingos seja completamente diferente. Nada de filas abarrotadas de gente para os restaurantes e os brinquedos e até na praia tinha espaço suficiente para estender a canga.

Fachada do principal parque de diversões, o Luna Park, e a oda gigante Wonder Wheel. Foto: Débora Costa e Silva

Fachada do Luna Park, e a roda gigante Wonder Wheel. Foto: Débora Costa e Silva

A primeira parada que fiz foi em um dos patrimônios de Coney Island, o Nathan’s Famous, inaugurado em 1916, há exatos 100 anos. Dizem que foi por lá que batizaram o lanche composto por pão e salsinha de hot dog. Pedi um combo clássico: cachorro quente com queijo, batata frita e refrigerante, no melhor estilo americano, e estava mesmo uma delícia. Para os que curtem incrementar o lanche, há diversas opções – eu confesso que me segurei pra não colocar queijo e bacon também na batata, mas fiquei aguando quando vi um desses na mesa ao lado.

Meu almoço no Nathan's Famous: hot dog com queijo, fritas e refri, mais clássico impossível. Foto: Débora Costa e Silva

Meu almoço no Nathan’s Famous: hot dog com queijo, fritas e refrigerante, mais clássico impossível. Foto: Débora Costa e Silva

Apesar de não ser grande fã de montanhas russas e brinquedos radicais, adorei conhecer o Luna Park! Foi mais uma visita ao passado, dessa vez à minha própria infância, pois me lembrei um pouco do Playcenter, mas principalmente dos parques que tinham no interior de São Paulo, com barraquinhas de tiro ao alvo, carrossel, palhaços e atrações menos sofisticadas em comparação ao que existe nos grandes complexos de hoje. O bacana é que é aberto ao público, você circula à vontade e só paga se for em algum dos brinquedos.

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Brinquedos e barraquinhas diversas pelo parque de diversões. Fotos: Débora Costa e Silva

O calçadão é frequentado por famílias com crianças, idosos, casais, turmas de jovens e artistas de rua. Ficar por ali tomando um sorvete e contemplando a paisagem é uma delícia, mas vale sujar o pé na areia pra explorar a praia também. Passei a tarde lá tomando sol, observando as pessoas e curtindo a calmaria, sendo interrompida eventualmente por bandos de gaivotas que embelezavam ainda mais a tarde.

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As gaivotas embelezam ainda mais a paisagem de Coney Island. Fotos: Débora Costa e Silva

Por fim, fui ao Ford Amphithreatre at Coney Island Boardwalk para ver dois shows: a banda australiana Hiatus Kaiyote e a musa Erikah Badu (vídeo tosco que fiz logo abaixo, só pra ter uma ideia da vibe). O teatro não é totalmente aberto, é coberto por uma espécie de lona e permite a entrada de luz, o que dá um clima ainda mais “verão” ao evento. Pra mim, foi a chave de ouro que encerrou um dia delicioso na praia, ao mesmo tempo em que abriu as portas em alto estilo para o início da temporada em Nova York.

Como chegar – Basta pegar as linhas D e F (laranja) ou N e Q (amarelo) sentido Downtown – Brooklyn, se está saindo de Manhattan. Assim que sair do metrô você já vai encontrar o Nathan’s e ver alguma das rodas gigantes, é tudo muito pertinho.

PS: Há ainda muitas outras atrações, como a queima de fogos às sextas-feiras à noite, o show burlesco, a máquina do Zoltar… Fico devendo uma nova visita e mais um post 😉

Um comentário sobre “Nova York :: Coney Island

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