Depois de muito tempo pensando, sonhando, planejando e reunindo coragem (e dinheiro) finalmente decidi vir passar três meses em Nova York! A aventura começou agora, no início de agosto, e já tenho abastecido bastante o Instagram (me segue lá: @dregola). Em breve teremos posts com muitas dicas, relatos e histórias dessa passagem pela minha cidade do coração! ❤
Não sei bem explicar o que me fascinou tanto em Nova York na primeira visita para me fazer querer vir de novo e ficar mais tempo. Acho que a forma como nos encantamos por um lugar é muito parecida com a sensação de se apaixonar por alguém. Se por um lado vemos mil razões para gostarmos de determinada cidade/pessoa, por outro não há nada que explique completamente. É porque bateu e pronto. Pode ser por afinidade ou por serem opostos, questão de sintonia, momento, sei lá: é quase surreal.
Nova York é uma das cidades mais visitadas do mundo e eu não costumo me apaixonar pelo “garoto popular” da turma. Antes de trabalhar com turismo, eu não via a menor graça nos Estados Unidos a ponto de querer visitar algum destino do país – inclusive fiz questão de ir pra Cuba nas minhas primeiras férias remuneradas, tamanho era meu apreço pelos States :P.

Prédio em construção, linha de trem, carros e vegetação: esse é o visual em uma das pontas do High Line. Foto: Débora Costa e Silva
Mas paguei a língua e, quando me dei conta, já tinha caído nas graças da tal Big Apple na primeira vez que visitei a cidade a trabalho. Seria injusto dizer que me apaixonei apenas pelo seu lado alternativo só pra posar de cool. Não, eu admito: eu também amei seus clichês, sua breguice, seu trânsito caótico, a sujeira no metrô, a muvuca… É amor sincero, amor verdadeiro.
Infelizmente, esse relacionamento não é lá muito promissor: é a cidade mais cara do mundo e, bem, eu não estou nem entre as mais rycas do meu prédio haha. Até para os americanos NYC é considerado um destino dos sonhos, é extremamente concorrido, o que me fez repensar milhares de vezes se era isso mesmo o que eu queria. E, bom, todas as vezes que cogitei viver uma espécie de período sabático em outros lugar, só para economizar, eu concluía o pensamento com: “ok, mas depois eu irei pra Nova York”. Daí vi que era mesmo uma cisma, uma fissura, uma paixão, e que uma hora ou outra eu teria que ir.
Eu não poderia estar mais satisfeita com essa decisão. Completei nesta terça uma semana por aqui e já vivi tantas coisas que parece ter sido até mais. Passei um dia na fofíssima praia de Coney Island; fui ao show da minha banda favorita (Hiatus Kaiyote) com a musa Erikah Badu; encontrei amigos queridos (uns de longa data, outros recém conhecidos); tietei dois ídolos (o baterista da Hiatus e o David Schwimmer, que faz o Ross em “Friends“); dancei salsa com cubanos em uma praça; saí correndo na chuva com meu irmão e a minha cunhada, num dos dias mais legais da vida, cheio de emoções e comilança; e a lista segue crescendo.
Há ainda muito a fazer e a aprender. Por ora, a missão é tentar equilibrar as atividades para não ficar maluca. É muita coisa para ver, há infinita possibilidades e é difícil parar para descansar sem ficar com um pinguinho de culpa de que poderia estar fazendo alguma coisa mais legal do que apenas sentar para tomar um café e ouvir música. Mas acredito que são nesses momentos em que é possível absorver e digerir cada uma das experiências.
Li esses dias um artigo sobre como é viver em Nova York, escrito por Matt d’Silva para uma revista local, a W42ST, que traduz exatamente essa sensação:
“Uma das primeiras coisas que eu reparei assim que mudei para Nova York foi o barulho. É constante. Nunca é quieto. Há sempre uma sirene, pessoas conversando em voz alta na rua, ou um táxi buzinando. É um eterno lembrete que a vida está seguindo seu curso ao seu redor!”
Nos vemos nos próximos posts! Se tiverem sugestões de lugares para visitar, passeios, histórias para dividir etc etc, deixe um comentário 🙂