Nova York :: Top 10 melhores experiências

Há um ano eu chegava em Nova York para passar uma temporada de três meses. E entre tantos sonhos, planos e expectativas que levei comigo, ainda tive o privilégio de vivenciar inúmeras experiências que estavam fora do roteiro e sequer passavam pela minha cabeça. São essas surpresas as melhores coisas de uma viagem – e da vida né?

Para comemorar e matar um pouco a saudade, resolvi reunir aqui algumas das coisas mais especiais e inusitadas que vivi por lá. Afinal de contas, foi em busca de momentos como estes que me levaram a fazer essa viagem ❤

Show Hiatus Kaiyote + Erikah Badu em Coney Island

Numa dessas noites de insônia ainda em São Paulo, descobri por acaso que uma das minhas bandas preferidas, a Hiatus Kaiyote, ia fazer um show em Nova York logo no dia seguinte à minha chegada. Melhor ainda: com a cantora Erikah Badu, musa mór maravilhosa, e em Coney Island, um lugar fofo que eu já era louca para conhecer. Foi meu primeiro passeio e o clima gostoso de férias de verão ditou toda a vibe do início da viagem. Passei o dia na areia tomando sol, lendo e ouvindo música.

O show foi em um anfiteatro montado no calçadão e começou durante o pôr-do-sol. A banda tocou para uma plateia um pouco vazia, mas nem liguei, porque o público estava em êxtase (e eu também rs). E antes do show da Eryka Badu, que foi incrível, tiro-porrada-e-bomba, ainda conversei com o baterista da banda <3. Não poderia ter começado melhor! PS: ainda vi outro show da Hiatus em Montauk, em outro dia igualmente mágico, que já escrevi sobre aqui.

“Labirinto” + banda do Bowie no Prospect Park

Confesso aqui, com certa vergonha, que nunca tinha assistido ao filme “Labirinto”. Sabia dele, conhecia a história e tal, mas passou batido na minha infância. No fim das contas, corrigi essa falha de um jeito bem especial, que fez valer a pena a demora.

Fui a uma exibição do filme no Prospect Park, como parte da programação de verão, que contou com a abertura de um show de jazz com os músicos que tocaram no álbum Blackstar, o último gravado por David Bowie. Fizeram uma baita homenagem, com a plateia e os artistas emocionados lembrando do cantor.

Assistir a esse filme, cheio de fantasia e criaturinhas bizarras, em um parque à noite, tomando cerveja, com uma plateia lotada de fãs interagindo e aplaudindo a cada aparição do Bowie… foi mesmo uma experiência única. Estava na companhia de uma amiga italiana, a Sara, que sabia até algumas falas de cor e estava emocionadíssima de ver o filme preferido da infância – cuja protagonista se chama Sarah também :-).

Madonnathon

Há mais de 10 anos, um grupo de fãs da Madonna promove uma festa temática no mês de agosto em NY em comemoração ao aniversário da cantora. Fiquei sabendo dessa festa pela revista Time Out e fui com uma amiga francesa do curso de inglês, que para a minha surpresa, deixou a timidez em casa e se jogou na pista comigo \o/.

Logo na entrada da casa (no Brookyn Bowl, um boliche-balada), havia um grupo de meninas maquiando o pessoal que quisesse se caracterizar como Madonna. Ok, elas só passavam um batom vermelho e faziam uma pinta com lápis entre o nariz e a boca rs, nada em comparação à produção dos mais empolgados – muitos usando vestido de noiva (em referência a Like a Virgin) ou corpetes com cones nos seios, como o visual da turnê Blonde Ambition – mas já promovia uma interação legal entre os fãs.

O melhor da festa era o que rolava no palco principal. Uma banda com três backing vocals maravilhosos tocaram os sucessos da musa, com arranjos diferentes para as músicas, mais puxados pro rock. A cada canção entrava em cena um cantor diferente, um melhor que o outro, todos com um estilo bem próprio. Nos intervalos, o palco era tomado por um concurso de drag queens caracterizadas de Madonna.

Já fui em alguns shows dela e devo dizer que a vibe dessa festa não ficou muito atrás. Não havia uma super produção e nem a presença da Madonna, claro, mas falo isso muito mais pelo o que a festa representou. Foi uma noite catártica, dançando as músicas dela junto com pessoas que nunca vi na vida, mas que estavam todas na mesma sintonia.  Sem contar o nível musical excelente do grupo, cantores fantásticos e o clima de nostalgia e celebração total <3.

Topless Day

Topless é permitido em Nova York, mas ainda não é muito bem aceito pela sociedade. Por isso, todo ano ativistas fazem uma passeata pró-topless e aproveitam para disseminarem a liberdade de expressão e condenarem o preconceito e o machismo. Fui acompanhar e fiquei surpresa ao me deparar com uma quantidade muito maior de homens do que de mulheres no ato.

A abordagem deles foi extremamente invasiva, tentando tirar fotos e se aproximando das mulheres que estavam com os seios à mostra. Conversei e entrevistei algumas delas, que disseram que esse tipo de atitude só mostra o quanto um protesto como este ainda se faz necessário. Escrevi uma matéria para a Revista Azmina sobre isso depois e fiquei bem feliz de ter conhecido mulheres e ativistas tão inspiradoras 🙂

Hip Hop Tour

Uma das coisas que me motivaram a ir para Nova York foi a cena cultural. É uma cidade que teve um papel fundamental no surgimento e consolidação de diversos movimentos artísticos e gêneros musicais – um deles, claro, o hip hop. Tive a chance de fazer um tour pelo Harlem e pelo Bronx (que rendeu também uma matéria no UOL) visitando pontos marcantes para o movimento, e ainda na mesma época do lançamento da série “Get Down“, do Netflix, que conta justamente essa história do final dos anos 70.

Se por um lado era um tour convencional, por ter um guia, turistas e uma van, foi também um dos mais originais e divertidos que já fiz. O nosso guia foi o rapper Reggie Rag, que teve o auge da carreira no início dos anos 80. Ao longo do passeio, entre rimas, risadas e gritos “hey” e “yo”, ele foi contando histórias curiosas sobre o nascimento do hip hop, enquanto mostrava pela janela, ou em algumas paradas que fizemos, lugares que foram cenário de batalhas de rimas, de DJs, grafites, points para grupos de break e outros – até o Yankee Stadium estava no roteiro.

Trivias de séries

Toda semana eu via no guia da Time Out algum evento de trivia de alguma série e nunca entendia muito bem o que era ou como funcionava. Até que um dia vi um de “Sex And The City” que dizia: os vencedores do jogo ganham drinks cosmopolitan. Ok, isso já me convenceu a ir lá participar e ver o que era rs.

O que mais tem em Nova York – talvez nos EUA todo – são fãs de alguma coisa se reunindo para reverenciar e curtir juntos aquilo que amam. No caso das séries, essas trivias são reuniões em bares em que os participantes formam um time (geralmente com 4 pessoas) para responder perguntas sobre o programa. E o pessoal capricha, joga cenas no telão, faz perguntas sobre figurino, detalhes sobre participações especiais, histórico de personagens… E quem ganha leva um drink ou cerveja de graça – pelo menos nos que fui.

Sim, fui em dois, o de “Sex And The City” e outro de “Gilmore Girls”. O primeiro foi mais divertido porque o pessoal estava mais eufórico rs. Montei o time com duas mulheres que sabiam MUITO da série – elas lembravam de falas específicas de não uma ou outra, mas de VÁRIAS cenas -, e conforme o jogo avançava, o pessoal ia ficando mais e mais competitivo. É curioso, é bizarro, mas vale muito ir em uma desses eventos pra conhecer gente e dar risada.

Photoville

Uma das coisas que eu mais queria fazer em Nova York era um curso de fotografia – o que foi inviável, infelizmente. Todos eram muito caros e mesmo os mais em conta, tipo workshops, iam me custar o valor de uma semana de hospedagem + alimentação. Mas aproveitei para praticar do mesmo jeito, fazendo muitas fotos, indo a exposições e ainda tive a sorte de poder acompanhar um mega evento de fotografia, o Photoville, que para mim valeu como um curso.

Durante 4 dias, uma área do Brooklyn Bridge Park foi tomada por contêineres, onde em cada um deles rolava alguma exposição ou workshop de fotografia. Tinham espaços da National Geographic, Leica, Magnum, Getty Images e tantas outras organizações e marcas relacionadas a fotografia. O melhor é que o acesso a feira era gratuito e  em um espaço inspirador por si só.

Além de conhecer muitos trabalhos legais, o que mais gostei foram as atividades interativas. O estande da Leica, por exemplo, emprestava uma câmera da marca para os visitantes por 90 minutos. Era mais proveitoso se você estivesse com seu cartão de memória, assim dava para salvar as fotos feitas com a câmera deles (foi o que fiz :-)).

Outro legal era da Fujifilm, com o projeto “Highlighting Humanity“: eles emprestavam uma câmera instantânea da marca que fazia fotos estilo polaroid para você fazer 5 cliques pela feira sobre o tema “humanidade”. Depois, você escolhia uma para deixar com eles e integrar a exposição e levava as outras 4 fotos com você. 🙂

Manhattan Neighborhood Network

Não rolou curso de fotografia, mas rolou de vídeo :-). Por indicação da amiga Rogéria, do site Vem Pra NY, me inscrevi para um curso de produção de vídeo na Manhattan Neighborhood Network, uma rede de televisão a cabo pública de Nova York. Eles dão aulas gratuitas para residentes de Manhattan, com acesso às ilhas de edição e estúdios, fornecem câmeras e equipamentos para gravar externas e levam também alguns profissionais da área para dar palestras.

Fiz dois workshops, sobre YouTube e Narrativas Visuais, e um curso de produção de vídeo para IPad. Escolhi esse por achar mais útil para mim, para ter uma noção melhor de todo o processo e poder aplicar o que aprendi utilizando qualquer equipamento, já que não pretendo me especializar nem trabalhar em estúdio.

Além do aprendizado, a parte mais legal foram as pessoas que conheci lá. Achei bem interessante que eu era a única estrangeira (todos eram novaiorquinos) e também a mais nova (a maioria tinha mais de 50 anos). Minha turma era composta por mulheres que não tinham tido o menor contato com a área de comunicação antes (eram donas de casa, comerciantes, professoras, entre outras).

Foi incrível conhecer essas mulheres que sonhavam em montar seu próprio filme ou canal no YouTube. Havia uma astróloga ansiosa para gravar suas previsões em vídeo, outra senhora queria fazer um documentário sobre a comunidade latina de NY e a Minnie (na foto), uma verdadeira colecionadora de artigos de moda. Estilosa, cada dia ia com óculos escuros de cor diferente (tem mais de 300), sempre combinando com suas roupas, colares e pulseiras. Ela queria contar histórias de pessoas diferentes, que tivessem um visual próprio – ou qualquer outra coisa que a fizesse brilhar os olhos. Foi minha dupla e acabou se tornando uma amiga <3.

Palestra com a Sarah Jessica Parker

O jornal The New York Times promove uma série de eventos chamada Times Talks, que são entrevistas feitas com personalidades abertas ao público (com entrada paga), mas que dão a oportunidade de acompanhar o bate-papo e até fazer uma pergunta. Quem me deu a dica foi minha amiga Karina, que participou de um Times Talks com o ator Daniel Radcliffe, dos filmes do Harry Potter. Comprei ingresso para ver a entrevista com a atriz Sarah Jessica Parker – a intérprete de Carrie Bradshaw, de “Sex And The City”, estava lançando a série “Divorce”.

O bate-papo rolou em um dos auditórios da NYU e foi demais ter acompanhado. Como era de se esperar, falou-se muito de “Sex And The City”, além da série nova, literatura (ela tinha acabado de lançar uma linha editorial, a SPJ for Hogarth) e política (já que estávamos em um momento pré-eleições). Uma pena que não consegui fazer minha pergunta, não deu tempo de chegar a minha vez. Minha frustração ficou ainda maior com o tipo de perguntas que fizeram (“como você celebra o Natal na sua casa” foi uma delas…). No vídeo acima, dá para ver uma versão editada da entrevista 😉

NYC Village Halloween Parade

Uma das minhas prioridades nesta temporada em Nova York era estar lá durante o Halloween. Já tinha passado a data em Londres e foi demais andar nas ruas e ver todo mundo fantasiado, de crianças a idoso. Na 1ª vez em NYC (outubro de 2014), deu para sentir o clima e ver as casas decoradas. Nesta temporada de 2016, além de apreciar a decoração da cidade, curti uma das principais festas, a Village Halloween Parade.

É basicamente um desfile com as pessoas fantasiadas pelas ruas do bairro acompanhadas de carros de som. Você pode ir só para assistir – o que não recomendo, porque as pessoas ficam espremidas nas calçadas e mal dá para ver direito o que rola – ou desfilar mesmo, só que aí você obrigatoriamente precisa estar vestido a caráter.

Meio no improviso, acabei indo bem básica, com uma peruca laranja, boina e uma blusa de caveira – meu traje era de Judy, irmã do Doug Funnie versão Halloween rs. É uma dessas situações em que você se sente um pouco mal de não ter sido mais extravagante, já que a maioria capricha MUITO no visual, um mais criativo que o outro.

Confesso que no início achei o desfile um pouco chato. Parecia bloquinho de carnaval, com a diferença que estava frio, não podia beber cerveja (porque não pode beber nas ruas em Nova York) e ainda por cima não tinha música. Mas conforme os carros de som e as atrações foram surgindo, eu e minhas amigas começamos a animar e no fim das contas nos divertimos muito.

Teve carro de som com músicas pop, rock, rap e uns grupos de dança folclórica de vários lugares do mundo – até do Brasil, com uma escola de samba pocket – aí sim virou um pouco carnaval. Das mais legais, um grupo de música irlandesa e outro grupo de dança e banda marcial do Harlem, com umas danças meio afro, meio hip hop, era incrível. No fim, andamos pra caramba e terminamos a noite – a minha última na cidade – bebendo cerveja num pub. Valeu muito, foi um belo encerramento 🙂

Menções honrosas:

Além dessas experiências, tiveram outras também muito marcantes, mas que ou já foram citadas em outros posts – como a ida para Montauk, o passeio de caiaque no Hudson River e a apresentação da Patti Smith – ou devem entrar nos próximos. Ou talvez fiquem mesmo só na memória e nas fotos. Entre elas, estão o karaokê com banda (até cantei “Son of a Preacher Man”), show da Alicia Keys no programa Today Show, patinar no gelo no Bryant Park e os cultos nas igrejas do Harlem.

As idas a museus, peças e musicais também foram incríveis, bem como alguns passeios meio aleatórios pelas ruas, que por mais comuns que fossem, sempre traziam alguma descoberta ou uma sensação nova. Enfim, escrever tudo isso é bom para deixar registrado e matar um pouco a saudade de lá ❤

Escala cultural :: Sense8

sense8

Sense8 é uma série nova do Netflix, lançada em junho, escrita e dirigida pelos irmãos Wachowski (que também fizeram nada mais nada menos que a trilogia Matrix). Há quem ame, há quem odeie. Já declaro que sou do primeiro time e que desde Lost não ficava tão empolgada com uma série. Ok, teve Breaking Bad, mas foi diferente.

Assim como Lost, Sense8 me impactou por mexer com muitas sensações diferentes. Tem humor, ação, suspense, romance, reflexões e aborda temas como moral, sexualidade, autoestima, aceitação e medo – para resumir bem. A história é sobre oito pessoas que passam a se conectadar mental e emocionalmente e a sentir as sensações uns dos outros, podendo inclusive intervir, conversar e apoderarem-se das habilidades e conhecimentos uns dos outros, como se os oito passassem a ser um só.

E o que a série tem a ver com viagem? É que cada um dos oito protagonistas vive em um canto do mundo, de forma que quem assiste acaba viajando e conhecendo um pouquinho de cada lugar. Aliás, as filmagens foram feitas nas próprias cidades retratadas. Para embarcar na viagem, dá só uma olhada na abertura linda da série:

Já deu para sentir um pouquinho a sensação de viajar né? A abertura é tão fodástica que uma galera se dedicou a listar os 108 lugares que aparecem nela! Agora que já tivemos a introdução, vamos a uma breve apresentação de cada personagem e o seu destino correspondente:

Will Gorski – Chicago (EUA)

Will e vista aérea de Chicago. Fotos: Divulgação e Choose Chicago

Will e vista aérea de Chicago. Fotos: Divulgação e Choose Chicago

Quem é: O policial é um dos elementos centrais da trama, pois é ele quem começa a ter um pouco mais de noção do que está acontecendo ce diferente e passa a investigar sobre o que é ser um sensate (como são chamados os que desenvolvem essa ultra sensibilidade e conexão).

Ator: Brian J. Smith. Trailer do personagem no youtube.

Conflitos: Além de ter tido uma relação conflituosa com seu pai, também policial, vive assombrado pela a memória de um assassinato que aconteceu durante sua infância.

Destino: O skyline de Chicago aparece em vários momentos, mas há duas cenas mais marcantes: uma é quando Will celebra o dia da Independência dos Estados Unidos (em 4 de julho) e assiste a uma queima de fogos de um barco, ao lado do seu pai, no próprio rio Chicago. Outra é quando se depara com uma visão na Crown Foutain, um espelho d’água com dois painéis gigantes que projetam fotografias no Millennium Park.

Riley Blue – Londres (Inglaterra) + Reykjavík (Islândia)

Riley e vista aérea de Reykjavik do alto da igreja Hallgrímskirkja. Fotos: Divulgação e Christine Zenino/Creative Commons

Riley e vista aérea de Reykjavik do alto da igreja Hallgrímskirkja. Fotos: Divulgação e Christine Zenino/Creative Commons

Quem é: Uma DJ islandesa que vive em Londres. É bem introspectiva e misteriosa, sempre curtindo um som e fumando haxixe. Sua trajetória na primeira temporada é dividida entre Londres e Reykjavik.

Atriz: Tuppence Middleton. Trailer da personagem no youtube.

Conflitos: Ela se mete em umas confusões por conta de drogas e más companhias, mas o buraco é bem mais embaixo. Mais para frente os conflitos mais íntimos ligados ao seu passado e sua família vão sendo revelados.

Destinos: Assim como Chicago, o skyline de Londres também aparece em belas cenas noturnas. Outros pontos conhecidos como a Millennium Bridge também dão as caras. Mas é na Islândia que são feitas as cenas mais bonitas da série, na minha opinião. Não consegui identificar os lugares, mas as paisagens são sensacionais: aparecem montanhas cobertas de neve, praia cercada de pedras, uma caverna e toda a graciosidade da capital Reykjavik e suas casinhas coloridas.

Nomi Marks – San Francisco (EUA)

Nomi e o Dolores Park, em San Fran. Fotos: Divulgação

Nomi e o Dolores Park, em San Fran. Fotos: Divulgação e sfrecpark.org

Quem é: Tanto a personagem quanto a atriz que a interpreta são transexuais. Nomi é uma hacktivista (hacker ativista) e vive com sua namorada e companheira fiel Amanita.

Atriz: Jamie Clayton. Trailer da personagem no youtube.

Conflitos: Sua família não aceita sua mudança de sexo, já começa por aí. Piora quando acaba no hospital por conta de um acidente e é obrigada pelo medico e por sua mãe a fazer uma operação arriscada sem direito a escolha ou mais informações.

Destino: O lado gay de San Francisco aparece com força na série, até para ambientar bem o casal Nomi e Amanita. Uma das cenas mais legais é quando elas vão à Parada do Orgulho Gay da cidade, ou em um dos flashbacks em que aparece o Dolores Park com a galera toda deitada no gramado, bem no clima de liberdade que a cidade parece ter.

Capheus Van Damme – Nairóbi (Quênia)

Capheus e o trânsito caótico de Nairóbi. Fotos: Divulgação

Capheus e o trânsito caótico de Nairóbi. Fotos: Divulgação e rogiro/Creative Commons

Quem é: Motorista de uma van chamada “Van Damme”, é um dos meus personagens favoritos pelo alto astral e extrema bondade, mesmo em meio às dificuldades financeiras, violência e “gente do mal”.

Ator: Aml Ameen. Trailer do personagem no youtube.

Conflitos: Ele vive em busca de ganhar dinheiro para conseguir comprar os remédios para sua mãe, que é soropositiva. E para isso, acaba passando por situações tensas e extremas.

Destino: Acho que é o único da lista que não é explorado turisticamente. A abertura da série mostra mais a parte caótica do trânsito de Nairóbi e imagens de animais e paisagens naturais que nem aparecem nos episódios. É complicado, porque o que tem de mais turístico acaba sendo os safáris. Mas achei legal que tem um destino africano na lista. Adorei uma hora que perguntam onde ele vive e ele responde “Nairóbi”, e a outra pessoa pergunta “na África?” e ele ri e diz “Não, no Quênia”, dando uma zuada nesse esteriótipo de África.

Sun Bak – Seul (Coreia do Sul)

Sun e o Templo Bongeunsa, em Seul. Fotos: Divulgação e Evan Chu/Creative Commons

Sun e o Templo Bongeunsa, em Seul. Fotos: Divulgação e Evan Chu/Creative Commons

Quem é: Empresária de dia, lutadora de Kickboxing à noite. Brincadeira, mas é mais ou menos assim que eu definiria a Sun, que parece ter duas vidas mesmo: uma em que ela se contém e engole um monte de coisas à contragosto e outra que ela se solta e põe tudo para fora.

Atriz: Doona Bae. Trailer da personagem no youtube.

Conflitos: Ela prometeu à sua mãe, em seu leito de morte, que cuidaria do seu pai e do seu irmão. No entanto, os dois são super machistas e impedem seu crescimento na empresa da família, entre outras coisas mais tensas.

Destino: A série mostra também dois lados de Seul: um mais moderno, com arranha-céus espelhados, e outro mais tradicional, com parques e templos budistas. Mas infelizmente não é um destino muito explorado como os outros nas cenas em que Sun aparece. Senti falta =/

Lito Rodriguez – Cidade do México (México)

Lito, el Caído e o Museo Diego Rivera Anahuacalli. Fotos: Divulgação e Omar Bárcena/Creative Commons

Lito, el Caído e o Museo Diego Rivera Anahuacalli. Fotos: Divulgação e Omar Bárcena/Creative Commons

Quem é: “Lito, El Caído” é o codinome desse ator mexicano de sucesso, galã, estrela de vários filmes de ação e… gay. Leva uma vida dupla: frequenta festas com modelos lindas, mas chega em casa e se entrega para o namorado.

Ator: Miguel Ángel Silvestre. Trailer do personagem no youtube.

Conflitos: Sair do armário e assumir o namorado ou manter as aparências para não prejudicar sua carreira? Imagino que o México não seja lá um país muito gay friendly. É mais conservador e talvez o público das novelas e filmes mexicanos não seja aberto para aceitar a homossexualidade de um de seus principais astros.

Destino: Exceto pela abertura de Sense8, as atrações da Cidade do México não aparecem com tanta frequência. Como Lito é ator, a maioria das cenas é feita nos sets de filmagem ou no próprio apartamento em que vive com seu namorado. Mas há um momento especial, em que Lito está no Museo Diego Rivera Anahuacalli (foto) observando um mural do próprio Rivera e tem um diálogo incrível (o melhor da série para mim) sobre aceitação com a Nomi.

Wolfgang Bogdanow – Berlim (Alemanha)

Wolfgam e o Memorial ao Holocausto, em Berlim. Fotos: Divulgação e Creative Commons

Wolfgang e o Memorial ao Holocausto, em Berlim. Fotos: Divulgação e Márcio Cabral de Moura/Creative Commons

Quem é: Mais um com vida dupla na turma. Oficialmente, Wolfgang é serralheiro, mas também é arrombador de cofres profissional. Ao longo da série vemos que sua infância e adolescência foram bem difíceis e o tornaram mais durão.

Ator: Max Riemelt. Trailer do personagem no youtube.

Conflitos: Tem um passado tensíssimo com seu pai, que o tratava muito mal, e hoje tem que lidar com seu tio e primo, que o perseguem após o roubo do cofre da família. Se contar mais estraga, então fica aí o mistério.

Destino: Apesar de vermos o personagem em muitas cenas de ação, a série mostra também seu lado boêmio. Ele curte bastante a vida noturna de Berlim e aparece relaxando em saunas e piscinas da cidade. O lindo skyline da capital alemã embeleza várias trocas de cenas, mas o Memorial ao Holocausto (foto) é a atração mais marcante de Berlim no seriado, servindo de cenário para um encontro importante.

Kala Dandekar – Mumbai (Índia)

Kala e as ruas de Mumbai tomadas pela festa a Ganesh. Fotos: Divulgação e sandee pachetan/Creative Commons

Kala e as ruas de Mumbai tomadas pela festa a Ganesh. Fotos: Divulgação e sandee pachetan/Creative Commons

Quem é: Kala é uma farmacêutica de Mumbai, orgulhosa de sua profissão, devota de Ganesh e está prestes a se casar.

Atriz: Tina Desai. Trailer da personagem no youtube.

Conflitos: A família e as amigas aprovam o casamento, só que ela não ama o futuro marido. Vive questionando se deve ser casar ou não, afinal, o cara é um bom partido, rico, todo mundo gosta dele e é apaixonado por ela.

Destino: Talvez por ser um destino com uma cultura mais diferente da ocidental, a Índia ganhou bastante espaço na série. Há uma cena de dança no melhor estilo de Bollywood, uma mega produção, outra parte em que mostra Mumbai durante a festa de Ganesh (foto) e o templo hindu frequentado por Kala também é um cenário frequente. Acho que é o lugar em que mais temos a sensação de imersão durante a série.

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Se interessou? Então para começar a aquecer para a maratona de episódios (são 12 desta primeira temporada), veja uma das cenas mais bonitas da série – e a primeira vez que os oito sensates (como são chamados) se conectam ao mesmo tempo. Não tem spoiler e não estraga a surpresa, fique tranquilo – no meu caso, foi esse vídeo que me fez querer ver a série ❤