Por não ser um destino muito convencional, Cuba pode parecer um lugar meio difícil de fazer o planejamento, mas não é. Existem agências especializadas e alguns macetes para reservar hospedagem. Vou compartilhar aqui como montei minha viagem, lembrando que fui em 2010 – já faz um tempinho.
Melhor época
Cuba fica no Caribe, ou seja, na rota dos furacões. Os meses que não são recomendáveis para ir para essa região são julho, agosto, setembro e outubro (às vezes pode chegar a novembro). É raro acontecer, mas é bom evitar, né? Eu fui no meio do mês de novembro e peguei tempo bom, todos os dias de sol, mas não estava um calor insuportável também. Escolheu o mês errado ou está inseguro? Leia mais sobre os furacões no Caribe aqui.
Companhia

Eu, Daniel e nossas papetes (quase) centralizadas no Museu de la Revolución. Foto: Débora Costa e Silva
A ideia era ir sozinha, mas ainda bem que não fui. Deu certo do meu amigo Daniel ir junto e foi ótimo por mil motivos – me sentir mais segura por lá é um deles, mas o principal é que ele me animava muito para fazer as coisas diferentes. Ele é meu amigo da faculdade de Jornalismo, mas é multi-uso: fala 7 línguas, fez Gastronomia e Antropologia, escreveu e atuou em peças de teatro e é dos amigos mais ponta firme que eu conheço (sorry Dani, seu currículo de vida é muito extenso, não cabe aqui haha). Ah sim, foi ele que me deu a dica de comprar papetes, que eu estreei nesta viagem e não larguei mais <3.
Duração
Meu sonho era ficar um mês rodando o país, mas o dinheiro não ia dar – e há males que vem para o bem, porque acho que seria tempo demais. Fechamos em duas semanas e foi ótimo, deu pra conhecer bastante coisa diferente. Mas acho que depende do que você quer da sua viagem – acho que 10 dias em Cuba é o ideal para conhecer Havana e pelo menos outras duas cidades e numa boa, sem correria.
Moeda

Nota de 3 pesos cubanos (Flickr: James Malone / Creative Commons)
Cuba tem duas moedas: o peso cubano, utilizado apenas por locais, e o CUC (Peso Cubano Convertível), que é utilizado pelos turistas. Recomendaram que a gente levasse dinheiro em Euro para trocar pela moeda local. O dólar até era aceito, mas no câmbio eles descontavam uma taxa que desvalorizava a moeda graças a medidas protecionistas criadas pelo estado para evitar a circulação do dólar. Agora que as relações entre os EUA e Cuba melhoraram, talvez isso esteja perto de acabar, mas por ora, melhor levar Euro.
Agência
A primeira coisa que fiz foi procurar uma agência especializada em Cuba para ver qual era o esquema. À princípio não era bem o que eu queria, mas eu não sabia direito por onde começar e minha mãe, dona Ivani, que monta viagens no trabalho dela há 25 anos e tem as manhas, insistiu: comece com uma agência.
Na verdade queria fazer uma coisa super independente, tinha um preconceito com agências, achava que as viagens eram sempre iguais, mas não é bem assim né? Agências podem facilitar muito, conseguir bons descontos e oferecer a possibilidade de personalizar sua viagem – e foi o que fizemos e foi ótimo.
Começamos a negociar com a Sanchat Tour e a agente era uma cubana que vivia aqui, então ela dava dicas bem úteis sobre como as coisas funcionam por lá. Fechamos com a agência o seguinte:
- Passagens de ida e volta com a Copa Airlines, com conexão no Panamá
- Translado para o aeroporto em Havana, na ida e na volta
- Hospedagem de cinco noites em um hotel em Havana (era a condição para fechar o aéreo). Dividimos em três noites na ida e duas noites na volta (ideia da dona Ivani)
- Seguro viagem
À parte do pacote, também providenciamos:
- Visto para Cuba (na época era R$ 50) – a agência fazia, mas cobrava à parte
- Taxa de embarque no Brasil e em Cuba
- Vacina de febre amarela – não é exigido em Cuba, mas no Panamá
Resultado
O único problema que tivemos foi com o transfer da volta, que não apareceu no hotel no horário combinado e tivemos que gastar com táxi na última hora.
De resto, o esquema de fechar a maior parte dos serviços com uma agência foi perfeito, nos facilitou muito. Foi ótimo ter garantido a hospedagem antes de sair do Brasil para os primeiros dias, nos deu mais segurança e conforto.
E conseguimos também deixar o resto da viagem mais livre e ir fechando o roteiro e a hospedagem conforme a gente decidia o que ia fazer – isso também deu certo (contarei mais sobre hospedagem em Cuba em outro post).