Nova York :: Dicas para economizar

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Nova York e a arte de rua, até mesmo no chão. Foto: Débora Costa e Silva

A famosa frase “quem converte não se diverte”, proferida por 10 entre 10 turistas de férias no exterior, fazia mais sentido e tinha mais graça quando o real valia 2 por 1 em comparação com o dólar. Ultimamente eu invoco esse pensamento em raros momentos quando me convenço de que pequenos luxos valem a pena em uma viagem. Mas fora uma ou outra exceção, a minha regra número 1 aqui em Nova York é economizar ao máximo e buscar sempre as promoções e atrações gratuitas.

Vir para a cidade mais cara do mundo em plena crise econômica no Brasil é meio loucura – uma loucura boa, que faz valer cada centavo, eu juro – mas também não é preciso viver aqui no estilo Carrie Bradshaw, gastando fortunas em drinks e sapatos, né? É super possível economizar por aqui – inclusive o que não faltam são passeios e atrações gratuitas. Algumas dicas simples já podem mudar a sua estada em Nova York e te impedir de decretar falência, quer ver?

Time Out

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A revista Time Out Nova York é semanal e gratuita. Foto: Reprodução/Time Out

As coisas mais divertidas e inusitadas que fiz por aqui foram dicas da revista <3. A publicação é gratuita e semanal e traz um catálogo bem completo de atrações culturais, bares, festas, restaurantes, além de entrevistas, dicas LGBT e de paquera. Fique ligado na seção “To Go Free”, onde ficam os destaques de atividades gratuitas no período. Eu dou uma olhada geral com atenção porque muitas vezes têm indicações gratuitas dentro de outras seções ou mesmo atrações não muito caras.

A revista impressa sai todas as quartas-feiras e há diversos pontos de distribuição por Manhattan (veja aqui o mapa), mas caso você prefira a versão digital, o site deles é muito bom e oferece várias possibilidades de pesquisa e arquivo de matérias antigas. Para completar, recomendo também baixar o aplicativo da Time Out. Faço buscas selecionando “When” (Today) + “Price” (Free + $) para ver o que tá rolando quase todos os dias e isso ajuda muito a incrementar o roteiro. Já descobri festa temática da Madonna, filmes gratuitos nos parques, passeio de caiaque e a lista segue :-).

Walking Tour

Mural grafitado na E Houston Street, na esquina com a Bowery, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Mural grafitado na E Houston Street, na esquina com a Bowery, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Para quem não quer só andar a esmo e prefere conhecer a cidade com um guia, indo direto ao ponto, a melhor dica é participar dos walking tours. Na Europa eu já fiz alguns desses passeios e adorei! Funcionou bem para os primeiros dias, quando ainda estava me situando, além de que os guias sempre contam histórias bacanas e curiosas sobre as atrações. Aqui em Nova York tem a Free Tours By Foot, que oferece vários roteiros separados por temas e bairros, tanto em inglês quanto em espanhol.

A boa notícia? Você paga o quanto quiser pelo serviço. Faça a reserva pelo site com antecedência de no máximo um dia e,caso não consiga ir, avise-os o quanto antes (já levei bronca por não fazer isso rs). Afinal, não é porque é praticamente de graça que o esquema tem que virar bagunça, né? Inclusive, não seja deselegante e dê uma gorjeta bacana para o guia, o serviço é voluntário e fica chato não pagar nada-nada.

Dica extra: se você não curte fazer passeios guiados ou caminhar, vale entrar no site mesmo assim pois alguns tours são selfie-guided, ou seja, você pode ser seu próprio guia, é só seguir os passos indicados por eles. Os mais legais são os que passam por locações de séries e filmes, pra quem gosta vale a pena 🙂

Museus

Vista de um dos pátios do Whitney Museum, no Meatpacking District, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Um dos pátios do Whitney Museum, no Meatpacking District, em Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Não deixe de visitar museus porque você precisa economizar! Aqui em Nova York, quase todos os espaços oferecem entrada gratuita (no esquema “pague o quanto quiser”) em dias e horários específicos. Ficam mais lotados? É óbvio, mas ainda assim dá para aproveitar bastante. Veja abaixo a lista de dias e horários em que a entrada é livre nos seguintes museus:

Terça-feira:
9/11 Memorial Museum (5-8 pm)
Brooklyn Botanic Garden

Quinta-feira:
New Museum (7-9 pm)
International Center of Photography (6-9 pm)

Sexta-feira:
MoMA (4-8 pm)
Whitney Museum of American Art (7-9:30 pm)
Museum of the Moving Image (4-8 pm)

Sábado:
Guggeinheim Museum (17h45 – 19h45)

Domingo:
The Frick Collection (11h – 13h)

Nos museus abaixo, a entrada é livre (ou você paga o quanto quiser) todos os dias:

MET – Metropolitan Museum of Art
American Museum of Natural History
Brooklyn Museum

Aulas de inglês

Biblioteca Pública de Nova York, rodeada de jardins, oferece aulas de inglês gratuitas. Foto: Débora Costa e Silva

Biblioteca Pública de Nova York oferece aulas de inglês gratuitas. Foto: Débora Costa e Silva

Se você vai passar um tempo mais longo em Nova York e quer dar uma melhorada no seu inglês, recomendo testar as aulas gratuitas na Biblioteca Pública de Nova York. Há estudantes de diversos níveis e aulas todos os dias. Além de praticar o idioma, você pode conhecer outras pessoas e aproveitar para visitar o edifício, que é lindíssimo e já serviu de cenário para inúmeros filmes e séries. Caso fique longe, dê uma olhada qual a biblioteca pública mais próxima e veja se lá também tem.

Comer e Beber 

Baz Bagel é uma delícia e foi um dos achados daqui. Foto: Débora Costa e Silva

Baz Bagel é uma delícia e foi um dos achados daqui. Foto: Débora Costa e Silva

Ok, agora o negócio começa a complicar. Não é tão simples e fácil assim achar um cantinho legal para comer bem pagando pouco por aqui. Claro que há muitas opções e sempre têm aqueles lugares escondidos, uma portinha que te leva para o melhor restaurante de comida etiópia ou algo do tipo. Mas às vezes com tempo curto e no auge da fome fica difícil encontrar tais preciosidades.

Além de pesquisar antes, recomendo também utilizar apps que catalogam bares e restaurantes. Aqui nos EUA usam muito o Yelp, onde os estabelecimentos podem ser filtrados por preço, distância, avaliação dos usuários e você consegue ver se estão abertos no momento da pesquisa. É uma mão na roda! Para beber, a dica é aproveitar as promoções de happy hour dos bares daqui, pois muitos oferecem bebidas pela metade do preço nesse período, algo como “2 por 1”.

Parques e atrações

Hudson River Park, com vista para New Jersey, é um dos parques que são uma delícia de passear em NYC. Foto: Débora Costa e Silva

Hudson River Park, com vista para New Jersey. Foto: Débora Costa e Silva

Não importa a estação do ano: em todas elas os parques de Nova York estarão lindos, seja por estarem cobertos de flores ou de neve (own <3). E, claro, todos são abertos ao público e gratuitos. O Central Park é o maior e mais conhecido, e dentro dele há diversas outros atrativos, como o Strawberry Fields (homenagem ao John Lennon), o Castelo Belvedere, o Observatório Meteorológico e o Zoológico.

Um dos meus lugares preferidos é o High Line, um parque suspenso construído sobre uma antiga linha ferroviária cheio de instalações artísticas. Em Manhattan tem ainda o Bryant Park, o Washington Square Park e o Hudson River Park. Fora da ilha vale visitar o Brooklyn Bridge Park e  Prospect Park, no Brooklyn, e o Flushing Meadows Corona Park, no Queens.

Além dos parques, há ainda diversas atrações clássicas de  Nova York que são gratuitas, como a belíssima Brooklyn Bridge (com as melhores vistas de Manhattan), o Grand Central Terminal, que impressiona pela arquitetura, o Chelsea Market, cheio de lojinhas e restaurantes bacanas, a já citada Public Library e, claro, a Times Square.

Vá a pé ou de metrô

Estação Broadway Lafayette, em Lower Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Estação Broadway Lafayette, em Lower Manhattan. Foto: Débora Costa e Silva

Não custa frisar a dica mais básica e batida de todas: utilize transporte público e vá a pé. O metrô de Nova York tem linhas que levam para todos os bairros de Manhattan, muitas vezes com mais de uma opção para uma mesma região, chega até o Brooklyn, o Queens e o Bronx, funciona 24 horas, enfim, não faltam vantagens. Caminhar também é ótimo, principalmente por Nova York ser plana. São nessas andanças que encontramos uma lojinha legal, um bar diferente e é a melhor forma de sentir a cidade.

Pegar um táxi aqui pode até ser bacana pela experiência e curiosidade de entrar em um dos amarelinhos, mas se quiser economizar mesmo, evite. Uber aqui também é bastante popular e mais barato que táxi, mas ainda assim recomendo deixar para  usar em situações especiais.

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Para favoritar: Recomendo acompanhar o projeto #NYC10orless, da Talita Ribeiro, também publicado no Catraca Livre, com os melhores achados por até US$ 10. Veja também os vídeos bem humorados do Amigo Gringo, que mostram como passear pela cidade de um jeito menos convencional e eventualmente gastando pouco, e ainda o blog da Rogéria Viana, Vem Pra NY, meu guia preferido daqui. Traz inúmeras dicas de atrações, festivais e restaurantes bacanas, todos testados e aprovados por ela.

Preparativos para Cuba

Mapa antigo de Cuba, exposto em um forte de Havana. Foto: Débora Costa e Silva

Mapa antigo de Cuba, exposto em um forte de Havana. Foto: Débora Costa e Silva

Por não ser um destino muito convencional, Cuba pode parecer um lugar meio difícil de fazer o planejamento, mas não é. Existem agências especializadas e alguns macetes para reservar hospedagem. Vou compartilhar aqui como montei minha viagem, lembrando que fui em 2010 – já faz um tempinho.

Melhor época

Cuba fica no Caribe, ou seja, na rota dos furacões. Os meses que não são recomendáveis para ir para essa região são julho, agosto, setembro e outubro (às vezes pode chegar a novembro). É raro acontecer, mas é bom evitar, né? Eu fui no meio do mês de novembro e peguei tempo bom, todos os dias de sol, mas não estava um calor insuportável também. Escolheu o mês errado ou está inseguro? Leia mais sobre os furacões no Caribe aqui.

Companhia

Eu, Daniel e nossas papetes (quase) centralizadas no salão do Museu de la Revolución. Foto: Débora Costa e Silva

Eu, Daniel e nossas papetes (quase) centralizadas no Museu de la Revolución. Foto: Débora Costa e Silva

A ideia era ir sozinha, mas ainda bem que não fui. Deu certo do meu amigo Daniel ir junto e foi ótimo por mil motivos – me sentir mais segura por lá é um deles, mas o principal é que ele me animava muito para fazer as coisas diferentes. Ele é meu amigo da faculdade de Jornalismo, mas é multi-uso: fala 7 línguas, fez Gastronomia e Antropologia, escreveu e atuou em peças de teatro e é dos amigos mais ponta firme que eu conheço (sorry Dani, seu currículo de vida é muito extenso, não cabe aqui haha). Ah sim, foi ele que me deu a dica de comprar papetes, que eu estreei nesta viagem e não larguei mais <3.

Duração

Meu sonho era ficar um mês rodando o país, mas o dinheiro não ia dar – e há males que vem para o bem, porque acho que seria tempo demais. Fechamos em duas semanas e foi ótimo, deu pra conhecer bastante coisa diferente. Mas acho que depende do que você quer da sua viagem – acho que 10 dias em Cuba é o ideal para conhecer Havana e pelo menos outras duas cidades e numa boa, sem correria.

Moeda

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Nota de 3 pesos cubanos (Flickr: James Malone / Creative Commons)

Cuba tem duas moedas: o peso cubano, utilizado apenas por locais, e o CUC (Peso Cubano Convertível), que é utilizado pelos turistas. Recomendaram que a gente levasse dinheiro em Euro para trocar pela moeda local. O dólar até era aceito, mas no câmbio eles descontavam uma taxa que desvalorizava a moeda graças a medidas protecionistas criadas pelo estado para evitar a circulação do dólar. Agora que as relações entre os EUA e Cuba melhoraram, talvez isso esteja perto de acabar, mas por ora, melhor levar Euro.

Agência

A primeira coisa que fiz foi procurar uma agência especializada em Cuba para ver qual era o esquema. À princípio não era bem o que eu queria, mas eu não sabia direito por onde começar e minha mãe, dona Ivani, que monta viagens no trabalho dela há 25 anos e tem as manhas, insistiu: comece com uma agência.

Na verdade queria fazer uma coisa super independente, tinha um preconceito com agências, achava que as viagens eram sempre iguais, mas não é bem assim né? Agências podem facilitar muito, conseguir bons descontos e oferecer a possibilidade de personalizar sua viagem – e foi o que fizemos e foi ótimo.

Começamos a negociar com a Sanchat Tour e a agente era uma cubana que vivia aqui, então ela dava dicas bem úteis sobre como as coisas funcionam por lá. Fechamos com a agência o seguinte:

  • Passagens de ida e volta com a Copa Airlines, com conexão no Panamá
  • Translado para o aeroporto em Havana, na ida e na volta
  • Hospedagem de cinco noites em um hotel em Havana (era a condição para fechar o aéreo). Dividimos em três noites na ida e duas noites na volta (ideia da dona Ivani)
  • Seguro viagem

À parte do pacote, também providenciamos:

  • Visto para Cuba (na época era R$ 50) – a agência fazia, mas cobrava à parte
  • Taxa de embarque no Brasil e em Cuba
  • Vacina de febre amarela – não é exigido em Cuba, mas no Panamá
Céu durante o voo de Cuba de volta para o Panamá. Foto: Débora Costa e Silva

Céu durante o voo de Cuba de volta para o Panamá. Foto: Débora Costa e Silva

Resultado

O único problema que tivemos foi com o transfer da volta, que não apareceu no hotel no horário combinado e tivemos que gastar com táxi na última hora.

De resto, o esquema de fechar a maior parte dos serviços com uma agência foi perfeito, nos facilitou muito. Foi ótimo ter garantido a hospedagem antes de sair do Brasil para os primeiros dias, nos deu mais segurança e conforto.

E conseguimos também deixar o resto da viagem mais livre e ir fechando o roteiro e a hospedagem conforme a gente decidia o que ia fazer – isso também deu certo (contarei mais sobre hospedagem em Cuba em outro post).