João Pessoa :: Hospedagem e preparativos

Orla de João Pessoa na calmaria em plena semana de Réveillon. Foto: Débora Costa e Silva

Orla de João Pessoa na calmaria em plena semana de Réveillon. Foto: Débora Costa e Silva

Viagem de ano novo é aquela história: tem que planejar com meses de antecedência para pagar um preço minimamente razoável e ter tempo livre o suficiente para conseguir escapar do trânsito se for para o litoral. Eu e minha mãe só começamos a agilizar a viagem da virada de 2015 em novembro, já em cima da hora. Nada recomendável, mas felizmente deu tudo certo e conseguimos sair de São Paulo pra curtir o Réveillon.

Queríamos escolher um lugar inédito para nós duas, de preferência em alguma praia do Nordeste. Após algumas pesquisas, acabamos percebendo que os melhores preços, tanto de passagem quanto de hospedagem, eram de João Pessoa – último destino de férias da minha mãe. Como ela voltou apaixonada por lá e topou repetir a dose, achei que seria bacana conhecer a cidade que ela tanto falava bem.

Passagens
Não teve muito mistério: ficamos de olho nos preços e compramos quando achamos que valia a pena, ponto. Mas tenho duas coisas a destacar:

Horário ingrato pelo menos garante um visual incrível do nascer do sol. Foto: Débora Costa e Silva

Horário ingrato pelo menos garante um visual incrível do nascer do sol. Foto: Débora Costa e Silva

1) A ida foi no dia 25 de dezembro às 7h e a volta no dia 1º às 10h. Horários cruéis para quem fica até tarde curtindo a ceia de Natal e a virada do ano, mas os preços são beeeeem mais simpaticos!

2) Fomos de Avianca e, como nas outras viagens, fiquei extremamente satisfeita com a empresa: tem espaço maior entre as poltronas, entretenimento a bordo (séries, filmes, programas etc), entrada USB para carregar o celular (é detalhe, mas faz toda a diferença), atendimento bom, não tivemos atrasos nem outros perrengues e o lanchinho era bem honesto. Podendo escolher, será sempre ela! ❤

Onde ficar
A ideia era ficar em um hotel próximo a praia, mas não tão perto da muvuca. Alguém informou minha mãe que o palco do show do Réveillon seria na praia de Tambaú, um dos pontos centrais das praias de Jampa (eu amei esse apelido da cidade <3). Pensamos em nos hospedar em Cabo Branco, ao sul da orla, só que a maioria dos hotéis da cidade já estavam 100% ocupados. Quase chegamos a desistir da viagem, quando por sorte encontramos no Booking.com disponibilidade no hotel que minha mãe já tinha se hospedado antes. Aliás, dica de ouro: dê sempre uma olhadinha nos sites de hospedagem, porque alguns hotéis oferecem quartos exclusivamente nesses sistemas – como foi o caso – e podem salvar a pátria em situações assim.

Bairro Manaíra

Praia de Manaíra, bem tranquila. Foto: Débora Costa e Silva

Praia de Manaíra, bem tranquila. Foto: Débora Costa e Silva

O Hotel Hardman fica em frente ao mar, no bairro de Manaíra, a 15 minutos a pé de Tambaú, onde fica um grande centro de artesanato, alguns restaurantes, lojas e quiosques na praia, e a 30 minutos de Cabo Branco, onde tem mais barzinhos e agito na praia. Por outro lado, Manaíra é onde ficam dois shoppings, o Manaíra e o Meg, há também opções de restaurantes e uma praia praticamente deserta. Para quem curte a calmaria, é perfeito: há alguns vendedores de água de coco no calçadão e de resto é você, areia e o mar. Já para quem quer ter à disposição guarda-sol, caipirinha, ducha, música, comidinhas etc, não recomendo.

Praia de Manaíra, em João Pessoa. Foto: Débora Costa e Silva

Praia de Manaíra, em João Pessoa. Foto: Débora Costa e Silva

Como queríamos ficar mais afastadas da movimentação, valeu a pena. Não tinha trânsito e nem uma grande quantidade de pessoas na avenida em frente ao hotel – mesmo no dia 31, não achamos que a cidade estava caótica, esperávamos ver algo tipo Guarujá e tava longe disso. E quando queríamos explorar lojas e restaurantes no resto da orla, íamos a pé a maioria das vezes, e na volta, dependendo do cansaço, apelávamos para um táxi – para ter uma ideia, uma corrida de Manaíra até Tambaú custa em torno de R$ 10 e para Cabo Branco R$ 15 no máximo (é tudo muito pertinho).

Hotel Hardman

Piscina do hotel Hardman, com vista para a praia de Manaíra. Foto: Ivani Pavoski

Piscina do hotel Hardman, com vista para a praia de Manaíra. Foto: Ivani Pavoski

O hotel é três estrelas e conta com uma estrutura bem legal: tem piscina, sauna, restaurante, barzinho e academia. O quarto era espaçoso, com camas confortáveis, uma copa (com pia, balcão, armários, mesa com duas cadeiras), além do frigobar, televisão e ar condicionado. O banheiro era pequeno, mas o chuveiro ótimo compensava. No aspecto geral, é perceptível a necessidade de algumas manutenções ou melhorias, mas nada que comprometa a qualidade do hotel.

Quarto do Hardman. Foto: Débora Costa e Silva

Quarto do Hardman. Foto: Débora Costa e Silva

O destaque vai para a gastronomia. Eu geralmente não espero comer incrivelmente bem em um hotel, mas dessa vez comi muito melhor no Hardman do que em muitos outros restaurantes e lanchonetes de João Pessoa. No restaurante deles, o L’Atlantique, já arrasava logo no início do dia com o café da manhã: fartura de pães e frutas, queijos, sucos, café, chá, bolos (deliciosos), além da opção de  comer omelete ou tapioca feitos na hora.

Pratos elaborados e deliciosos! Foto: Divulgação

Pratos elaborados e deliciosos! Foto: Divulgação

No almoço e no jantar, haviam pratos elaborados e bem servidos (como em todos os restaurantes da região), alguns com a apresentação caprichada. O meu prato preferido foi mesmo uma sobremesa de chocolate maravilhosa, a Taça Ganache, doce na medida certa. Ah, e as porções servidas na piscina também eram super gostosas, como espeto de queijo coalho e carne de sol, pescada ao maracujá e finger food de frango.

Passeios
Deixamos para escolher os passeios só quando chegássemos em João Pessoa e lá fechamos um pacote com a Luck Receptivo – que eu já conhecia de quando tinha ido ao Recife e achei os guias bem bons. Fechamos três passeios: praias do litoral norte, praias do litoral sul e o tour pela Roliúde Nordestina, no interior da Paraíba.

Jurandir do Sax se apresenta no catamarã da Lucky Receptivo na Praia do Jacaré. Foto: Débora Costa e Silva

Jurandir do Sax se apresenta no catamarã da Lucky Receptivo na Praia do Jacaré. Foto: Débora Costa e Silva

O atendimento foi super bom, eles tiram dúvidas até pelo Whatsapp, tudo muito prático. Os guias também eram ótimos, todos atenciosos e pacientes, só esperávamos ouvir um pouco mais da história dos lugares. Talvez isso não seja lá muito importante pra alguns – não sei se quem quer ir tomar sol na praia esteja super afim de ouvir história né? – mas queríamos ter aprendido mais sobre a cultura de cada cidade ou atração. Bom, há guias e guias, né? Não tem jeito.

Agora, o que achei super vantajoso foram as atrações exclusivas oferecidas pelo receptivo em alguns passeios. Por exemplo, o “Jurandir do Sax” — músico da região que toca o “Bolero de Ravel” todos os dias durante o pôr do sol em um barquinho na Praia do Jacaré –, ao final de sua apresentação, subiu ao catamarã da Luck para tocar exclusivamente para seus passageiros, que puderam ver o artista de perto.

Bom, só queria dar uma geral sobre a viagem pra depois falar com detalhes de cada passeio nos próximos posts! Vem mais Paraíba por aí \o/

Preparativos para Cuba

Mapa antigo de Cuba, exposto em um forte de Havana. Foto: Débora Costa e Silva

Mapa antigo de Cuba, exposto em um forte de Havana. Foto: Débora Costa e Silva

Por não ser um destino muito convencional, Cuba pode parecer um lugar meio difícil de fazer o planejamento, mas não é. Existem agências especializadas e alguns macetes para reservar hospedagem. Vou compartilhar aqui como montei minha viagem, lembrando que fui em 2010 – já faz um tempinho.

Melhor época

Cuba fica no Caribe, ou seja, na rota dos furacões. Os meses que não são recomendáveis para ir para essa região são julho, agosto, setembro e outubro (às vezes pode chegar a novembro). É raro acontecer, mas é bom evitar, né? Eu fui no meio do mês de novembro e peguei tempo bom, todos os dias de sol, mas não estava um calor insuportável também. Escolheu o mês errado ou está inseguro? Leia mais sobre os furacões no Caribe aqui.

Companhia

Eu, Daniel e nossas papetes (quase) centralizadas no salão do Museu de la Revolución. Foto: Débora Costa e Silva

Eu, Daniel e nossas papetes (quase) centralizadas no Museu de la Revolución. Foto: Débora Costa e Silva

A ideia era ir sozinha, mas ainda bem que não fui. Deu certo do meu amigo Daniel ir junto e foi ótimo por mil motivos – me sentir mais segura por lá é um deles, mas o principal é que ele me animava muito para fazer as coisas diferentes. Ele é meu amigo da faculdade de Jornalismo, mas é multi-uso: fala 7 línguas, fez Gastronomia e Antropologia, escreveu e atuou em peças de teatro e é dos amigos mais ponta firme que eu conheço (sorry Dani, seu currículo de vida é muito extenso, não cabe aqui haha). Ah sim, foi ele que me deu a dica de comprar papetes, que eu estreei nesta viagem e não larguei mais <3.

Duração

Meu sonho era ficar um mês rodando o país, mas o dinheiro não ia dar – e há males que vem para o bem, porque acho que seria tempo demais. Fechamos em duas semanas e foi ótimo, deu pra conhecer bastante coisa diferente. Mas acho que depende do que você quer da sua viagem – acho que 10 dias em Cuba é o ideal para conhecer Havana e pelo menos outras duas cidades e numa boa, sem correria.

Moeda

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Nota de 3 pesos cubanos (Flickr: James Malone / Creative Commons)

Cuba tem duas moedas: o peso cubano, utilizado apenas por locais, e o CUC (Peso Cubano Convertível), que é utilizado pelos turistas. Recomendaram que a gente levasse dinheiro em Euro para trocar pela moeda local. O dólar até era aceito, mas no câmbio eles descontavam uma taxa que desvalorizava a moeda graças a medidas protecionistas criadas pelo estado para evitar a circulação do dólar. Agora que as relações entre os EUA e Cuba melhoraram, talvez isso esteja perto de acabar, mas por ora, melhor levar Euro.

Agência

A primeira coisa que fiz foi procurar uma agência especializada em Cuba para ver qual era o esquema. À princípio não era bem o que eu queria, mas eu não sabia direito por onde começar e minha mãe, dona Ivani, que monta viagens no trabalho dela há 25 anos e tem as manhas, insistiu: comece com uma agência.

Na verdade queria fazer uma coisa super independente, tinha um preconceito com agências, achava que as viagens eram sempre iguais, mas não é bem assim né? Agências podem facilitar muito, conseguir bons descontos e oferecer a possibilidade de personalizar sua viagem – e foi o que fizemos e foi ótimo.

Começamos a negociar com a Sanchat Tour e a agente era uma cubana que vivia aqui, então ela dava dicas bem úteis sobre como as coisas funcionam por lá. Fechamos com a agência o seguinte:

  • Passagens de ida e volta com a Copa Airlines, com conexão no Panamá
  • Translado para o aeroporto em Havana, na ida e na volta
  • Hospedagem de cinco noites em um hotel em Havana (era a condição para fechar o aéreo). Dividimos em três noites na ida e duas noites na volta (ideia da dona Ivani)
  • Seguro viagem

À parte do pacote, também providenciamos:

  • Visto para Cuba (na época era R$ 50) – a agência fazia, mas cobrava à parte
  • Taxa de embarque no Brasil e em Cuba
  • Vacina de febre amarela – não é exigido em Cuba, mas no Panamá
Céu durante o voo de Cuba de volta para o Panamá. Foto: Débora Costa e Silva

Céu durante o voo de Cuba de volta para o Panamá. Foto: Débora Costa e Silva

Resultado

O único problema que tivemos foi com o transfer da volta, que não apareceu no hotel no horário combinado e tivemos que gastar com táxi na última hora.

De resto, o esquema de fechar a maior parte dos serviços com uma agência foi perfeito, nos facilitou muito. Foi ótimo ter garantido a hospedagem antes de sair do Brasil para os primeiros dias, nos deu mais segurança e conforto.

E conseguimos também deixar o resto da viagem mais livre e ir fechando o roteiro e a hospedagem conforme a gente decidia o que ia fazer – isso também deu certo (contarei mais sobre hospedagem em Cuba em outro post).